Hosp.Municipal Infantil Menino Jesus é referência no atendimento à criança com fissura labiopalatina
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Hosp.Municipal Infantil Menino Jesus é referência no atendimento à criança com fissura labiopalatina


Foto: saudeprefsp

A fissura labiopalatina é uma má-formação congênita, que tem causa multifatorial e está relacionada a uma combinação de fatores genéticos e ambientais, apresentando desde a cicatriz labial até a fissura labiopalatina completa, comprometendo lábios e o palato, o chamado céu da boca. Estima-se que essa condição atinja, em média, de um para cada 650 nascidos vivos no país, segundo dados do Ministério da Saúde. No Brasil, existem poucos centros especializados como o Hospital Municipal Infantil Menino Jesus (HMIMJ), da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS), referência no atendimento integral à criança com fissura labiopalatina.


"É fundamental que a criança seja acompanhada de forma regular, desde o nascimento. No HMIMJ é ofertado um tratamento baseado em uma linha multiprofissional de cuidados, que garante a recuperação das funções, como fala, respiração, alimentação, dentição, oferecendo mais qualidade de vida para a criança e maior comodidade para a família por encontrar todos os tratamentos em um só lugar", ressalta Antônio Carlos Madeira de Arruda, pediatra e superintendente médico do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus.


Dependendo do tamanho da fissura, o diagnóstico pode ser feito ainda no pré-natal, por meio de ultrassom. As mães que fazem o acompanhamento na rede municipal de saúde por meio do programa Mãe Paulistana já são encaminhadas para o Hospital Menino Jesus e quando a criança nasce segue para o tratamento, com uma equipe multiprofissional composta por pediatra, cirurgiões plásticos, otorrinolaringologista, dentista, fonoaudiólogo, psicólogo, enfermeira e assistente social, que devem atuar de modo integrado e dentro de uma mesma linha de cuidado. Desde 2010, o hospital, administrado pelo Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês, passou a ser referência no atendimento integral à criança com fissura labiopalatina pelo tratamento oferecido, que segue todos protocolos e tratamentos consagrados internacionalmente.


Quando o bebê sai da maternidade, já passa pela primeira consulta agendada no Menino Jesus. Nas primeiras semanas de vida, ele é avaliado e a família recebe orientações sobre os cuidados que devem ter com a criança, com a amamentação, higiene bucal, além de um tratamento planejado e desenvolvido de forma personalizada.


A arquiteta Vanessa Mineiro Faria Yoshimura, 37 anos, descobriu que sua filha tinha a fissura labiopalatina, com 19 semanas de gestação, e não titubeou em procurar o programa Mãe Paulistana para ser encaminhada ao Hospital Menino Jesus. "A primeira consulta da Laura foi com cinco dias de vida e nós tivemos todo o acompanhamento necessário no [Sistema Único de Saúde] SUS. O tratamento no HMIMJ é excelente, com profissionais especializados e superqualificados no tema. Hoje, a Laura, está com dois anos, falando tudo e se alimentando superbem", comemora Vanessa.


Foto: saudeprefsp

O tratamento normalmente é longo, complexo e exige um acompanhamento contínuo, desde o nascimento até a idade adulta. Mesmo após as cirurgias primárias para a recuperação estética e funcional, recomendadas entre os 6 e 24 meses de vida, é essencial a sequência de outras intervenções cirúrgicas para devolver a função do palato e da fala, além do enxerto ósseo e outras cirurgias secundárias, como rinoplastia e cirurgias plásticas, dependendo da extensão anatômica da fissura. Além disso, são indicadas também consultas com toda a equipe multiprofissional para obtenção dos melhores resultados.


De 2016 até 2022, o Menino Jesus recebeu mais de mil novos casos, sendo 128 crianças somente no ano passado. Em relação às cirurgias, no mesmo período, foram realizadas 1.889 no hospital, das quais 187 em 2022.


Programa Mãe Paulistana

O programa Mãe Paulistana, desenvolvido pela Secretaria Municipal da Saúde, é focado no acompanhamento de gestantes e crianças até os dois anos de vida, que são atendidas na rede municipal de saúde. Até o momento, o programa atendeu mais de 500 mil mulheres nos últimos seis anos e realiza hoje o acompanhamento de 51 mil gestantes na capital.


Entre as diretrizes do Mãe Paulistana estão a inclusão da gestante no programa na fase inicial (até a 12ª semana de gravidez); garantia de sete ou mais consultas de pré-natal; realização de exames laboratoriais e ultrassonografia, testes rápidos para sífilis e HIV; pactuação de pré-natal de risco; transporte público gratuito (cartão SPTrans); visita antecipada à maternidade de referência para o parto, com grade de parto acessível; agendamento pela maternidade; garantia da consulta da puérpera e da primeira consulta do recém-nascido; bolsa e enxoval para o recém-nascido; estímulo ao aleitamento materno e vaga em creche para o bebê.


As consultas (mensais, quinzenais e semanais, de acordo com o período da gestação) permitem não apenas a detecção precoce de eventuais problemas de saúde da mulher, como hipertensão, mas também a possibilidade transmissão vertical de doenças como HIV/Aids, sífilis e hepatite B.


As gestantes recebem o acompanhamento pré-natal, realiza todos os exames e são acompanhadas nas intercorrências e dificuldades gestacionais. Quando a gestante ou puérpera apresenta algum problema, ela recebe retorno para orientação e encaminhamento para os equipamentos de saúde da capital.

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