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Um ladrão, diz a Bíblia, vale mais que um mentiroso incapaz de parar de mentir

Por Fernando Jorge


Foto: Rateland – Depositphotos

Recebo dezenas de mensagens, por causa das minhas crônicas sobre a Bíblia. Devido a este fato a minha leitora Lígia Bruce Ferrato quer saber se no livro sagrado existe a condenação da mentira:


“Diga-me, escritor Fernando Jorge, o senhor que lê a Bíblia diariamente, há mais de quarenta anos, se nela existem muitos trechos nos quais a mentira e os mentirosos são criticados de maneira forte, sem qualquer piedade.”


Sim, prezada leitora, a Bíblia é severíssima, sob tal aspecto, não perdoa quem esconde a Verdade e exibe a bruxa Mentira.


Abro o livro de Deus, e leio, após beijar esse livro:


“Os lábios mentirosos são abominação para o Senhor” (prov. 12-22).


Também leio na parte dos Provérbios:


“O Senhor abomina um falso testemunho que profere mentiras” (prov. 6-19).


Continuo a ler, nas partes dos provérbios, bem claro, sem a obscuridade das frases dos hipócritas:


“Saboroso pra o homem é pão na mentira, mas depois terá a sua boca cheia de cascalhos” (prov. 20-17).


Interpreto assim estas palavras.


O mentiroso, após ser desmascarado, ficará com a fama de ter, na boca, o lixo das coisas inúteis, imprestáveis, sem valor.


Mas é esta a minha frase preferida da Bíblia contra a mentira:


“Vale mais um ladrão do que um mentiroso contumaz” (Eclo. 20-26).


Concordo plenamente, pois o ladrão se mostra mais sincero, se for comparado a um mentiroso crônico. Este é mais falso, é como o Judas que traiu o Salvador, e o outro, embora desonesto, é capaz de se arrepender, como se arrependeu o bom ladrão, perdoado por Jesus, antes do filho de Deus morrer crucificado.



Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Eu amo os dois”, lançado pela Editora Novo Século.



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