The Dunstane, em Edimburgo, é o mais claro exemplo da nova hotelaria Escocesa
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The Dunstane, em Edimburgo, é o mais claro exemplo da nova hotelaria Escocesa

Por Paulo Panayotis


Edimburgo, Escócia. É tendência no Reino Unido. Uma banheira novinha em folha repousa próximo a um janelão. Embora tenha sido um hábito secular, ter uma banheira no quarto é algo abandonado há mais de cinco décadas na Grã-Bretanha. Voltou com força total! Tanto que foi a primeira coisa que notei quando girei a grande chave de meu quarto no hotel Dunstane, em Edimburgo. Zero quilômetro, tal qual todo o hotel, a peça vitoriana não passa despercebida.

Banheira vitoriana no quarto: será que dá para usar?

Em um quarto para lá de espaçoso, transforma a hospedagem em algo curioso. Será que vou usar? penso eu. Apresso-me em checar se há chuveiro no banheiro. Ufa! Há! E zero quilômetro também. Aliás, destaque para o banheiro todo em mármore preto e azulejos brancos. Um charme! Só depois presto atenção no restante do quarto. Confortável, classudo é tudo aquilo que se espera de um hotel familiar. A propriedade, construída em 1852, foi toda restaurada obedecendo, claro, os detalhes originais, como grandes lareiras espalhadas pelo hotel. É a renovação da hotelaria que pode ser vista por todo o Reino Unido. E na Escócia eles estão caprichando. Não só nas restaurações e modernizações como nos restaurantes e no atendimento.

Dunstane House, hotel boutique de fato!

“Resolvemos restaurar tudo mas preservar a história e a atmosfera do lugar”, afirma Shirley Mowat, proprietária do The Dunstane Houses. São dois hotéis. O outro, um pouco mais simples, do lado de lá da rua, o Humpton House, vai pelo mesmo caminho. Ambos pertencem à família Mowat. Totalmente restaurados, oferecem internet sem fio e estacionamento grátis. Não é pouco em se tratando do Reino Unido. Talvez no café da manhã esteja o principal problema do Dunstane. Servido “mezzo” buffet para os frios e “mezzo” à la carte para os pratos quentes, faltou sincronia e sobrou tempo de espera. Por um scottish breakfast foram mais de 25 minutos. Detalhe que pode – e deve – ser corrigido. Não atrapalhou o encantamento com o atendimento e o excelente jantar servido no divertido Ba’ Bar.

Vieiras frescas das águas escocesas.

“Servimos pratos exclusivos típicos da Escócia, como nossas fantásticas vieiras pescadas manualmente em profundidade, afirma o simpático maitre Daniel Welsh, que me atende feliz da vida! “Fiquei muito tempo viajando pelo mundo, trabalhando em hotéis de luxo. Voltei para Londres e constatei que a vida lá era cara e decepcionante para mim, confidencia ele. Entre um prato de espetaculares vieiras frescas com aspargos e pancetta e uma tábua de vetustos queijos locais, ele entrega o ouro: “Me especializei e mudei para cá em busca de qualidade de vida”. É o que todos procuram, penso eu. Mas o interessante é que ele viajou, trabalhou em hotéis de alto luxo pelo mundo e, antes de ir para a Edimburgo, se “especializou”. Isso ocorre com a grande maioria dos profissionais escoceses atualmente. Por vários outros hotéis onde estive, encontrei muita gente nova, especializada e feliz com seu trabalho.

Banheiro de luxo em mármore

O resultado, obviamente, não pode ser outro: atendimento extra profissional, boutique mesmo! É nisso que dá pensar e agir com foco, determinação e seriedade. Desta forma, olhando o turismo como um projeto a longo prazo, gerador de emprego e renda, todos saem ganhando. Lembro com carinho e saudades dos dias que passei na Escócia e, especialmente no Dunstane! Até porque, para além da simpatia e profissionalismo de todos, eles tem algo imbatível que me cativou desde o momento do check in: oferecem, como cortesia e quase que displicentemente, uma – ou mais – doses de puro malte Glenturret.

Malte uísque e atendimento de primeira.

Garanto amigo, você se sente em casa antes mesmo de entrar, especialmente porque o prédio é novinho, de 1852 e o malte começou a ser produzido em 1775! Assim volto sempre para Edimburgo que a propósito, em inglês, se pronuncia Édimbró.


Fotos: Paulo Panayotis e Adriana Reis


Paulo Panayotis é jornalista especialista em turismo, mergulhador e fundador do Portal OQVPM - O Que Vi Pelo Mundo. Mora na Europa, tem passaporte carimbado em mais de 50 países e viaja com patrocínio e apoio Avis, Travel Ace e Alitalia.

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