Segurança privada, um grande auxílio à segurança pública
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Segurança privada, um grande auxílio à segurança pública

Por Coronel Camilo


Sempre que somamos esforços na execução de uma tarefa, o resultado é melhor do que cada um trabalhando separadamente. É o que chamamos de sinergia. Na segurança pública não é diferente. Hoje vamos tratar do grande auxílio que a segurança privada traz para a segurança pública de maneira geral. Segundo o Anuário de Segurança Pública de 2021, publicação do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, são mais de 3.625 empresas e o total de 502.318 vigilantes. Tal efetivo pode colaborar e muito com a segurança pública.


A atividade de segurança privada no Brasil começou por volta de 1967 e teve sua primeira regulamentação em 1969 (Decreto-Lei 1.034/69). Antes disso, a atividade era considerada paramilitar e irregular. A partir deste Decreto-Lei, os Estados passaram a controlar a atividade de segurança privada, pelas Secretarias da Segurança Pública. Em 1983 a atividade foi regulamentada através da Lei 7.102 e a fiscalização deixou de ser estadual (SSP) e passou a ser federal (MJ).


A existência desse grande efetivo, uma realidade no país, trabalhando de maneira coordenada pelo Estado, com treinamento adequado e trocando informações com o poder público, é um grande auxílio no enfrentamento da criminalidade. Contudo, gostaria de enfatizar um outro aspecto da segurança privada que aumenta o alcance das forças de segurança: a tecnologia. São câmeras, drones, sensores, alarmes, centrais de monitoramento etc, que agregam valor à segurança pública.


A tecnologia, por si só, já é um grande ganho para a segurança pública, que há tempos utiliza sistemas inteligentes, câmeras, bodycam, drones, tablets e outros equipamentos no desenvolvimento do trabalho, porém quando a tecnologia é utilizada pela iniciativa privada - e até pelo próprio cidadão - em parceria com o poder público, esse ganho aumenta de maneira exponencial. Hoje a tecnologia se tornou acessível e todos podem colaborar com sua comunidade e com o poder público.


Como exemplo, podemos citar o Programa Vizinhança Solidária (PVS). Normalmente desenvolvidos por grupos que se comunicam por redes sociais, podem aumentar sua efetividade com a utilização de câmeras. Os integrantes do PVS podem compartilhar as suas câmeras, que estejam voltadas para o espaço público, com os outros moradores integrantes do grupo. Também podem contratar um sistema próprio, compartilhando as imagens. Podem avançar mais ainda, firmar um convênio com a Segurança Pública e conectar câmeras da Associação ao Sistema Detecta, permitindo que o poder público visualize as câmeras, quando necessário, e que alertas automáticos sejam enviados à polícia quando um carro roubado ou furtado entre na rua monitorada.


Muitos são os exemplos de que a parceria entre a iniciativa privada e o poder público dão bons resultados. Isso acontece também na segurança pública, com os vigilantes e a tecnologia agregando valor ao trabalho das forças policiais, tanto na prevenção quanto na investigação, trazendo ganho para todos. Essa parceria inibe o crime, reduz os indicadores, aumenta a percepção de segurança e proporciona mais qualidade de vida às pessoas.

Coronel Camilo é secretário-executivo da Polícia Militar. É formado em Administração de empresas pelo Mackenzie, com bacharelado em Direito pela Universidade Cruzeiro do Sul e pós-graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela FIAP e em Gestão de Segurança Pública pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.

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