Racismo é crime e deve ser punido com rigor
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Racismo é crime e deve ser punido com rigor

Por Roberto Maia


Infelizmente não vou falar sobre futebol. Mais uma vez o assunto extrapola as quatro linhas do campo de jogo. O esporte é paixão mundial e envolve de maneira apaixonada milhões de pessoas mundo afora. Mas deveria servir apenas para alegrar e divertir os torcedores. No entanto, é lamentável constatar que também pode ser um reflexo sombrio de nossa sociedade, onde o preconceito racial ainda está presente em pleno século 21.


O que aconteceu no último final de semana com Vinicius Junior, atleta do Real Madrid, no jogo contra o Valência uma das piores coisas que vi no futebol em todos os tempos. E não foi a primeira vez. Ele tem sido alvo de atos racistas no Campeonato Espanhol desde o ano passado. E a La Liga, que organiza a competição nada faz. Pior, seu presidente ainda tenta inverter a culpa e jogá-la no atleta brasileiro.


Vini Jr é um garoto de 22 anos e está sendo massacrado pelos torcedores espanhóis. Atualmente é provavelmente o principal astro da competição e é tratado de maneira cruel. Ele está sendo forte e corajoso, mas está certamente destruído emocionalmente.


Sua ascensão e sucesso está incomodando e as manifestações de racismo acontecem em todos os jogos. Situação que expôs um lado sombrio e preconceituoso de uma parcela dos espanhóis e da Espanha, um país tão querido pelos brasileiros.


Vinicius Junior tem sido vítima de insultos racistas e moralmente reprováveis. Chamar o jovem brasileiro de mono (macaco) é uma afronta aos princípios de igualdade e respeito que deveriam permear qualquer ambiente, incluindo os campos de futebol.

Vinicius Junior tem sido alvo de atos racistas no Campeonato Espanhol desde o ano passado. (Foto: Real Madrid/divulgação)

O racismo não pode e não deve ser tolerado em nenhum lugar, muito menos no esporte. O futebol deveria ser um exemplo de diversidade e inclusão. A La Liga tem o dever de agir de forma enérgica contra essas manifestações discriminatórias. Nem que para isso o seu presidente Javier Tebas seja retirado do cargo. Uma vez que ele já deu mostras que não entende ou não concorda com os atos criminosos que estão ocorrendo na competição.


A obrigação de Tebas é intensificar esforços na identificação e punição dos responsáveis pelos atos racistas contra Vini Jr. Medidas como o aprimoramento dos sistemas de monitoramento nos estádios são urgentes. Bem como fortalecer as políticas de segurança e a colaboração com as autoridades competentes para combater esse problema que atinge não apenas Vinicius Junior, mas outros jogadores negros vítimas de racismo no Campeonato Espanhol.


A La Liga e o governo espanhol têm a obrigação de garantir que o futebol seja um ambiente seguro e acolhedor para todos os jogadores, independentemente de sua cor de pele, origem étnica ou nacionalidade.


Não podemos mais permitir que o racismo encontre espaço nos estádios, manchando a beleza do esporte.


Diga não ao racismo!

O jovem craque brasileiro Vini Jr está sendo massacrado pelos torcedores espanhóis que o insultam com palavras e atos racistas. (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros. Atualmente é editor da revista Qual Viagem e portal Travelpedia.


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