Por Fernando Jorge

Sim, sim, Pipoca, esposo de Popoca, gostava muito de sua sogra, Pipica... Ele se chamava Pipoca porque vivia devorando pipocas. Deliciava-se engolindo pipoca com mel, com cereja, com chocolate. Não sei, porém, confesso, porque a sua mulher se chamava Popoca...
Nascido na Sogralândia, o país das sogras felizes, e ele adorava a sua sogra Pipica, um dia Pipoca resolveu ir ao Brasil. Foi e chegando nesse país cheio de políticos labiosos, viu que estava também cheio de brasileiros que tratavam mal as sogras.
Pipoca me disse:
– Fernando Jorge, o senhor foi justo ao falar bem das sogras, pois colocou no seu livro Água da fonte, cuja oitava edição foi lançada pela editora Novo Século, o capítulo “Amigos e inimigos das sogras”. Parabéns.
Agradeci o elogio do Pipoca e perguntei:
– Pipoca, porque aqui no Brasil há tantos inimigos das sogras. Há tanta sografobia?
Ele explicou:
– Aqui no seu país, Fernando Jorge, existe tanta sografobia, porque milhares de brasileiros se tornaram burros, estúpidos, selvagens, perversos. Desculpe-me a franqueza.
Limitei-me a dizer:
– Concordo, é a pura verdade.
Gentil, Pipoca me deu um saco com deliciosas pipocas cheias de mel, de chocolate.

Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Eu amo os dois”, lançado pela Editora Novo Século.
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