Oscar Niemeyer na França, quem diria?
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Oscar Niemeyer na França, quem diria?

Por Paulo Panayotis


Le Havre/França. A primeira impressão de Le Havre, cidade francesa à beira mar na Normandia, é singular. Um misto de modernidade capitalista e construções quadradonas, estilo comunista, me intriga. A pouco mais de duas horas de carro de Paris, Le Havre tem longa tradição portuária, arquitetônica e esportiva. Portuária porque é no grande porto desta cidade normanda que chegavam os carregamentos de café exportados pelo Brasil para a Europa. Esportiva porque Le Havre foi a primeira cidade europeia a investir forte na vela como esporte. Uma das maiores regatas do mundo – a Transat Jacques Vabre – parte de suas águas geladas e generosamente piscosas.

Arquitetura clássica da cidade de Le Havre

Mas é a luz de Le Havre que me seduz... Seduziu, antes de mim, mestres impressionistas como Monet. Inspirado pela luz em contraste permanente com o mar, Monet produziu ali uma de suas mais conhecidas obras olhando para o nascer do sol no porto de Le Havre. Já na entrada da cidade, dezenas de prédios simétricos, de concreto armado, deixam claro que esta não é mais uma simples cidade francesa. Ela foi totalmente destruída na segunda guerra mundial. A necessidade de reconstrução rápida fez o arquiteto August Perret desenvolver um estilo único e revolucionário para a época. Construiu centenas de edifícios de concreto armado, altamente funcionais, de forma extremamente rápida e barata. Isso deu à cidade ares modernistas e o título de patrimônio da Humanidade pela Unesco. Mas as surpresas não param por aí.

Vulcão, conjunto arquitetônico de Oscar Niemayer

Encravado no meio da cidade está um conjunto arquitetônico sinuoso, orgânico, enigmático! O “vulcão”, como foi batizado, é uma obra brasileira em terras normandas. Convidado pelo prefeito da cidade, Oscar Niemeyer produziu ali mais uma de suas obras de arte. Com suas linhas inconfundíveis, de uma beleza orgânica, todo o conjunto é hoje um marco moderno de Le Havre e funciona como centro cultural, biblioteca e ponto de encontro de turistas e residentes. Imperdível! Assim como o MuMA, o Museu André Malraux de arte Moderna. Eu duvidei, mas o lugar possui um incrível acervo de pintura impressionista. Como se tudo isso não bastasse, é possível – e obrigatório – experimentar os divinos queijos e a untuosa manteiga da Normandia. Os peixes e frutos do mar de um frescor ímpar são a pausa ideal em um dos restaurantes. Surpresa atrás de surpresa, a cidade abriga alta gastronomia, como por exemplo o renomado chefe Jean-Luc Tartarin, com seu restaurante que ostenta duas estrelas pelo prestigioso guia Michelin!

Cordeiro no requintado restaurante de Jean Luc Tartarin

Por favor, não saia de Le Havre sem experimentar as espetaculares vieiras preparadas à moda normanda! Outra grande surpresa é a colossal igreja de São José. Com 110 metros de altura, mais de 12 mil pequenos vitrais, pode ser vista de praticamente todos os pontos da cidade. Toda em concreto armado, dizem que é possível ver mais de 50 tonalidades de cores invadindo seus colossais vitrais em dias de sol...

Interior da torre da Igreja de São José

Não bastasse tudo isso, Le Havre ainda oferece uma excelente infraestrutura hoteleira, gente alegre e hospitaleira e uma excelente base para conhecer a Normandia... Eu aproveitei e fui ali pertinho, a meia hora de carro da cidade, para conhecer as famosas desconcertantes falésias de Étretat..., mas esta já é uma outra viagem...

Jornalista Paulo Panayotis impressionado com Frutos do mar

Fotos: Paulo Panayotis & Adriana Reis


O jornalista viajou a convite do Turismo de Le Havre com veículo da Avis e seguro viagem da Travel Ace.


Paulo Panayotis é jornalista profissional, ex-correspondente internacional de Tv, escritor e viaja com patrocínio e apoio Avis e Universal Assistance.


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