Neste Ano Novo, que tal planejar ir para a Grécia? Quem sabe cruza com a senhora Clooney!
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Neste Ano Novo, que tal planejar ir para a Grécia? Quem sabe cruza com a senhora Clooney!

Por Paulo Panayotis


Atenas, Grécia. Entrada de creme de peixe com frutos do mar. Em seguida, ovos poché com recheio de fígado de frango. A partir daí não pararam de chegar pratos saborosos, simples e sofisticados ao mesmo tempo. Pode? Pode! Estou no restaurante Varoulko (que significa roldana em grego), um dos melhores da capital grega. É a segunda vez que visito este templo da gastronomia helênica.

Restaurante Varoulko: sofisticado e autenticamente grego!

O chef Lefteris Lazarou, um incansável criador de sabores e texturas mediterrâneas, é um dos mais conhecidos chefs de Atenas. E, seguramente, um dos mais simpáticos. “Aqui na Grécia, costumamos dizer que a boa comida é como mulher bonita: não precisa de maquiagem” sentencia Lazarou. Pode não ser uma frase politicamente correta, mas é a mais pura verdade. Na Grécia, os chefes têm uma relação direta com produtos frescos, sazonais. O chef do Varoulko não é diferente. Ele é reconhecido, na Grécia e em toda a Europa, como um dos magos dos molhos. Sempre usando produtos locais e, claro, frescos! Tomo mais uma taça do excelente vinho branco das cepas viognier, assyrtiko e muscat produzido pela vinícola Avantis, da região de Evia, Grécia.

Vinho branco Avantis: alma grega engarrafada

Gentilmente aromático, levemente herbáceo com um toque de defumado, este verdadeiro exemplar dos deuses gregos é encorpado, untuoso e fresco com uma grande expressão de viognier no final. O acompanhamento ideal para os pratos que não param de chegar. O próprio chef Lazarou vem à minha mesa para se certificar de que tudo está correndo bem. “Está?”, pergunta ele com um largo sorrido! “Claro, tudo perfeito”, respondo com outro sorriso que somente se manifesta quando os vapores do álcool começam a fazer seu trabalho. Mais pratos à base de peixe e frutos do mar chegam à mesa. O local não poderia ser mais apropriado. Estou no Microlímano (pequeno porto em grego), sentado praticamente dentro das águas do mediterrâneo. Deixo-me conduzir pela batuta do maestro que já escolheu um cardápio para mim. Bobagem tentar interferir. Afinal, estamos na Grécia! Uma dica: a menos que tenha restrição alimentar ou queira comer algo muito específico, deixe que o chef ou o dono do restaurante indique para você. Claro que o lugar não pode ser excessivamente turístico, se não já viu! Mas, caso esteja com tempo e vontade de experimentar pratos típicos na Grécia, deixe-se guiar pelo paladar e sugestões que, seguramente, receberá.

Sinfonia de creme de peixe com frutos do mar

Com a noite avançando, o restaurante lotando e minha refeição terminando, uma tristeza imensa vai tomando conta de mim. Está chegando a hora de partir, resmungo comigo mesmo. Indico, com todas as minhas forças, o restaurante deste chef inquieto.

Não somente por causa da estrela Michelin que ele orgulhosamente ostenta há vários anos. Mas pelo espírito helênico puro, pela excelência nos produtos e pelo preço. Sim. Se é que um restaurante com estrelas Michelin pode ter preços acessíveis, o Varoulko é um deles.

Jornalista Paulo Panayotis ao lado do Chef Lefteris, do Varoulko

Afinal, não é à toa que Amal Alamoutin, ou para quem não conhece, a atual senhora George Clooney, também jantou no Varoulko ao meu lado. Se você não sabe, a senhora Clooney, uma famosa advogada ativista dos direitos humanos, que já representou o governo grego em questões legais junto ao governo britânico. Alamoutin e seu marido, o tal de Clooney, encabeçam a campanha que exige o retorno de várias esculturas de mármore da Acrópole, que foram parar em museus ingleses.


Agora, pergunto eu, há melhor lugar para discutir assunto tão caro ao povo grego que não em um restaurante? E ainda de frente para o mar? E, mais ainda, do chef Lefteris? Sou um fervoroso defensor do Varoulko, desde que um dia perguntei a Lefteris porque não concorria a uma segunda estrela Michelin. Ele, com toda a tranquilidade e sabedoria, me disse que para isso teria que subir (e muito) os preços. “Assim está bem. Acho que todos têm direito a uma boa refeição a preços honestos. E, em um restaurante com duas estrelas Michelin, isto não é possível”, concluiu. Justo. Correto. Continuo fã. Então, pense seriamente em visitar a Grécia no ano que vem, viu? Até porque, fora da alta temporada, é mais barato do que viajar pelo Brasil.


Fotos: Paulo Panayotis


Paulo Panayotis é jornalista profissional, ex-correspondente internacional de Tv, escritor e viaja com patrocínio e apoio Avis e Universal Assistance.


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