Nutrólogo fala dos riscos de aumento da contaminação em crianças e como prevenir.
Por Alexander Gomes
Um dos principais fatores de risco para o agravamento de viroses, como é o caso do novo coronavírus, é a anemia por deficiência de ferro. Ela representa aproximadamente 90% de todas as anemias na infância, e isso ocorre principalmente devido à baixa ingestão de ferro, o que leva a uma diminuição na síntese de hemoglobina, uma vez que o ferro é o principal constituinte da hemoglobina.
A deficiência de ferro é a doença carencial mais importante do mundo, atingindo mais de 1 bilhão de pessoas. A anemia pode trazer severas consequências econômicas e sociais para o país. No Brasil, a incidência da anemia pode atingir mais 70% das crianças, dependendo da população estudada.
Em relação a imunidade, a menor resistência a infecções pode trazer severos danos a saúde da criança, podendo levar ao agravamento de doenças, como é o caso das gripes comuns. Atualmente, o mundo passa por um sério problema de saúde pública, a pandemia p rovocada pelo novo corona vírus, o COVID-19. Esse vírus, cujo os sintomas se assemelham a uma gripe, está se espalhando rapidamente e provocando milhares de mortes, principalmente em populações mais vulneráveis como é o caso dos idosos e as crianças mais novas.
Para que esse vírus não cause danos importantes para nossa saúde, é importante que nosso sistema imunológico esteja funcionando bem, o que não ocorre em pessoas com anemia, que ficam mais expostas e vulneráveis a agressividade desse vírus.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem. Esses vírus causam infecções respiratórias de leves a moderadas, e de curta duração. Coriza, tosse, dor de garganta e febre são alguns dos sintomas mais comuns, porém, algumas vezes podem causar infecção das vias respiratórias inferiores, como pneumonia e bronquite. Esse quadro mais grave pode ocorrer em pessoas com doenças cardiopulmonares, com sistema imunológico comprometido (crianças com anemia) ou em idosos.
Alguns coronavírus podem causar síndromes respiratórias graves, como a síndrome respiratória aguda grave que ficou conhecida pela sigla SARS da síndrome em inglês Severe Acute Respiratory Syndrome.
Portanto, fica claro que é importantíssimo corrigir a anemia em crianças, principalmente as menores de 5 anos de idade para melhorar o sistema imunológico e reduzir o risco de adquirir doenças infectocontagiosas como é o caso do coronavírus.
Uma alimentação correta, rica em nutrientes é a melhor maneira de repormos a quantidade de ferro para nossas crianças, porém isso é muito difícil de conseguir, principalmente em comunidades mais carentes.
- Carne vermelha e vísceras (fígado);
- Vegetais verde-escuros (ex: brócolis, couve, espinafre), algas marinhas;
- Leguminosas, (feijão, grão-de-bico, ervilha e lentilha),cereais integrais (ex: aveia e quinoa), sementes (gergelim e abóbora), frutas (ex: damascos secos, uva passa)
Vale ressaltar que o ferro de fontes vegetais são menos absorvidos que os de fonte animal, por isso, para aumentar a absorção do ferro dos vegetais é necessário incluir suco de limão e frutas cítricas (ex: laranja, goiaba, tomate) e evitar consumir alimentos ricos em cálcio, café e chás na mesma refeição com ferro, pois eles prejudicam a absorção.
Alexander Gomes de Azevedo é médico, especialista em nutrologia, especialidade médica que se ocupa do diagnóstico, prevenção e tratamento das das enfermidades nutricionais, como é o caso da obesidade. É pós-graduado em saúde de família pela USP. Em 2002, idealizou um tratamento para gordura localizada denominado HLPA, que hoje é sucesso em todo mundo.
Comments