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Férias escolares no museu Inhotim: nem parece o Brazil!

Por Paulo Panayotis


Brumadinho, Minas Gerais. “Não julgar, ouvir mais e admirar tudo”. Renata Hellen Oliveira cursa Recursos Humanos e trabalha no Instituto Inhotim. Aos 23 anos de idade, Inhotim caiu como um míssil de civilidade, artes e, principalmente conhecimento na cabeça dela. “Mudou minha vida, nem sei se termino o curso de RH ou se me dedico a algo relacionado a arte”, completa ela, com um sorriso orgulhoso no rosto.Em tempo de férias escolares, eis aí um grande pesseio.


A grande alameda que dá acesso a Inhotim
A grande alameda que dá acesso a Inhotim

Assim é Inhotim: o maior museu a céu aberto da América Latina. Rodei quase 650 quilômetros de São Paulo até a cidade de Brumadinho, MG, na maior expectativa. Há seis anos o rompimento da barragem da Vale matou milhares de pessoas, foi notícia no mundo e afastou milhares de visitantes da região de Mariana e Brumadinho. Inhotim, no entanto, passou meio que ileso pela tragédia. Enquanto a cidade de Brumadinho é um enorme canteiro de obras a céu aberto até hoje, quando se entra em Inhotim, tudo muda. O arquiteto carioca Alexandre Alves se regozija: “queria conhecer este museu único no mundo há muito tempo, afirma ele que completa: “a integração entre os espaços verdes, o paisagismo esplêndido e as obras de arte de todo o mundo fascinam”.


Galeria Adriana Varejão
Galeria Adriana Varejão

Quando reabriu no final de 2020, Inhotim podia receber apenas 500 visitantes por dia. Em 2021 passou a receber mil pessoas diariamente. “Mas já chegamos a receber mais de 15 mil em um único dia”, afirma Kimberly Teodora, 18 anos, uma das agentes de atendimento. Hoje em dia já voltou ao funcionamento pleno. Ao todo, são mais de 500 funcionários, que tem transporte, restaurante, carteira assinada, tkt refeição e o futuro nos olhos. “Antes de trabalhar aqui eu via a arte como algo somente para ser observado. Agora sei que a arte transforma a vida das pessoas”. Museu de Arte Contemporânea e Jardim Botânico, O instituto Inhotim abriu as portas em 2006 mas levou toda uma vida para ser “parido”.


De Lama Lâmina, de Matthew Barney: natureza nas garras do homem
De Lama Lâmina, de Matthew Barney: natureza nas garras do homem

Com mais de 4,5 mil espécies de plantas de todos os continentes – muitas raras e em extinção – Inhotim é uma experiência única na qual se mergulha de corpo, alma e sentidos. Para lá das 560 obras em exposição permanente, das 23 galerias abrigando 60 artistas de 38 diferentes países, o Instituto Inhotim é uma festa sensorial e artística raramente vista no Brasil. Confesso que, conhecendo mais de 75 países e tendo morado em três continentes, nunca “senti” nada igual por onde andei pelo mundo. Tunga, Cildo Meireles, Miguel Rio Branco, Hélio Oiticica, Adriana Varejão, Mattew Barnei, Doug Aitkem, entre outros, convivem com a riquíssima fauna e flora deste bioma único no mundo. Livres, como os artistas que criaram Inhotim, papagaios, pássaros multicoloridos e até atrevidas seriemas fiscalizam os visitantes que, invariavelmente sorriem, sorriem, sorriem.


"Narcissus garden": inspirada em uma escultura de Yayoi Kusama  na 33ª Bienal de Veneza
"Narcissus garden": inspirada em uma escultura de Yayoi Kusama na 33ª Bienal de Veneza

Entrada baratíssima pelo que proporciona ( R$ 60,00 inteiras e R$ 30,00 meias), estacionamento gratuito e, imaginem, carrinhos elétricos (R$ 50,oo por pessoa) fazem deste passeio algo obrigatório para famílias, amigos, estudantes, colegas, enfim, todos aqueles que apreciam natureza e arte. Com dois restaurantes de classe mundial, lanchonetes espalhadas em meio a mata e até bebedouros por todo o museu, é fácil, divertido e confortável percorrer os 140 hectares por onde este mundo mágico se espalha.


Transporte sustentável: carrinhos elétricos para os visitantes
Transporte sustentável: carrinhos elétricos para os visitantes

Até os banheiros, imaginem, são limpíssimos, em número mais do que suficiente e cheirosos! Sim, tem cheiro de eucaliptos! Apaixonei. Voltarei. Um dia é suficiente? É possível, desde que você opte pelo transporte interno dos carrinhos elétricos. Dois dias são o ideal! Aliás, aquele meu temor inicial desapareceu totalmente antes mesmo da entrada no Instituto Inhotim! Nem parece o Brasil! Sai me perguntando por que nunca visitei antes!


Obs: Dica Compre os ingressos nas bilheterias sem precisar pagar antes. Sempre há disponíveis a qualquer dia.


Fotos: Paulo Panayotis & Adriana Reis


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Paulo Panayotis é jornalista profissional, ex-correspondente internacional de TV, escritor e viaja com patrocínio e apoio Avis.


1 comentário


Eddy Smith
Eddy Smith
30 de jul.

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