Futebol feminino caiu no gosto dos torcedores e não para de crescer
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Futebol feminino caiu no gosto dos torcedores e não para de crescer

Por Roberto Maia


Semana passada falei aqui que o recorde sul-americano de público em jogos de futebol feminino poderia ser batido na final do Brasileirão 2022 da modalidade. Não deu outra. E mais uma vez coube à torcida do Corinthians entrar para a história. No sábado, dia 24 de setembro, a Fiel lotou a Neo Química Arena - 41.070 torcedores - para ver as “Brabas” derrotar o Internacional por 4 a 1 e conquistar o tetracampeonato brasileiro.

O recorde anterior havia sido registrado na final do campeonato colombiano entre América de Cali e Deportivo Cali, em junho, quando 37.100 torcedores compareceram ao estádio Pascual Guerrero, em Cali.


Na semana anterior, a marca continental esteve próxima de ser batida na arena Beira-Rio, em Porto Alegre, quando o Internacional e o Corinthians se enfrentaram no primeiro jogo na final do Brasileirão. Foram 36.330 torcedores na partida que terminou empatada em 1 a 1.


Além da quebra de mais um recorde, o jogo final do Brasileirão Feminino também registrou a maior renda em um jogo da modalidade no Brasil. O Corinthians arrecadou cerca de R$ 1 milhão em ingressos vendidos, valor similar ao do prêmio dado pela CBF ao Timão pela conquista do campeonato. O Colorado, vice-campeão, recebeu R$ 500 mil.


Os valores pagos pela CBF são cinco vezes maiores do que os da temporada anterior. No total os 16 clubes participantes receberam R$ 5 milhões. São valores extremamente baixos quando comparados aos prêmios pagos em campeonatos de futebol masculino. Mas o jogo final do Brasileirão 2022 e a quebra do recorde de público marcam a evolução do futebol feminino no Brasil. A modalidade caiu no gosto dos torcedores e não para de crescer.

As “Brabas” do Corinthians conquistaram o tetracampeonato brasileiro ao derrotarem o Internacional. (Foto: Thais Magalhães/CBF)

Os dirigentes também perceberam a ascensão do futebol feminino no Brasil e começaram a investir na modalidade. Bem diferente de quando montavam times por obrigação depois que a Conmebol, em 2016, passou a exigir que todos os clubes que disputarem a Copa Libertadores e a Copa Sul-Americana com seus elencos masculinos teriam que ter uma equipe feminina – principal e de base - a partir de 2019.


No início os jogos dos times femininos eram disputavam em campos pequenos e praticamente sem torcedores. As emissoras de TV viram um nicho interessante para preencher suas grades de programação. A visibilidade chamou a atenção dos torcedores que aos poucos passou a acompanhar os jogos.


Em 2019, na decisão do Campeonato Paulista entre Corinthians e São Paulo, mais de 28,8 mil corinthianos compareceram ao estádio. Dois anos depois, em outra final do estadual contra o Tricolor foram 30.777 torcedores.


Com cada vez mais público os clubes passaram a utilizar as suas arenas e estádios para os jogos de futebol feminino. Este ano o Brasileirão Feminino teve jogos do Palmeiras no Allianz Parque, do São Paulo no Morumbi, do Corinthians na Neo Química Arena, do Internacional no Beira-Rio e do Real Brasília na Arena Mané Garrincha.


Jogos que foram transmitidos por três emissoras: Bandeirantes na TV aberta e Sportv e Eleven Sports nos canais fechados. E a audiência cresce a cada ano. Na final do Brasileirão a Band ficou na vice-liderança na Grande São Paulo, com 3,8 pontos de audiência. Cada ponto equivale a 74.666 casas ou 205.755 telespectadores. O jogo entre Corinthians e Internacional chegou a ter pico de 5,8 pontos de audiência, o que equivale a mais de um milhão de espectadores.

Gabi Zanotti comemorou mais um título do Timão junto com os torcedores que lotaram a Neo Química Arena. (Foto: Thais Magalhães)

Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros. Atualmente é editor da revista Qual Viagem e portal Travelpedia.


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