Futebol da América do Sul já não assusta os adversários
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Futebol da América do Sul já não assusta os adversários

Por Roberto Maia


A derrota do Flamengo no jogo das semifinais do Mundial de Clubes da FIFA contra o Al-Hilal da Arábia Saudita deixa ainda mais clara a crise vivida por clubes da América do Sul no cenário internacional. Desde a conquista do Corinthians em 2012, nenhum outro clube da América do Sul conseguiu conquistar o título do torneio.


Em uma década, os clubes europeus abriram larga vantagem sobre os sul-americanos. E desde a criação do torneio em 2000, foram 13 títulos de oito times europeus contra quatro conquistas de três equipe brasileiras. Real Madrid com 4 conquistas (pode levantar a quinta taça no próximo sábado) e Barcelona com três são os maiores campeões. Na sequência estão Bayern de Munique e Corinthians com dois títulos cada.


Na história, o maior campeão do torneio – incluindo a Copa Intercontinental disputada anteriormente entre 1960 e 2004 - é o Real Madrid, que levantou o troféu sete vezes.


E o que já está difícil pode ficar ainda mais a partir de 2025, quando a FIFA colocará em prática um novo modelo do Mundial de Clubes com 32 clubes e com a realização do torneio de quatro em quatro anos.


Clubes brasileiros e sul-americanos têm ainda oportunidades facilitadas nas duas próximas edições de 2023 e 2024, que ainda manterão a fórmula atual, com sete clubes disputando o torneio. Os seis campeões continentais e o campeão nacional do país-sede. Os representantes da Europa e América do Sul entram na semifinal.

O centroavante Pedro foi o destaque do Flamengo na derrota para o Al-Hilal da Arábia Saudita. (Foto: Marcelo Cortes/CRF)

O fato é que nunca antes os clubes sul-americanos estiveram em tamanha desvantagem. Parece que já não assustam os adversários como antes. E não somente os poderosos times europeus. Coadjuvantes do futebol mundial já enfrentam de igual para igual os times brasileiros, argentinos, colombianos e outros da América do Sul.


Basta relembrar os fracassos históricos de times sul-americanos no Mundial de Clubes nos últimos anos. Em 2010, o Internacional quando foi derrotado pelo Mazembe, da República Democrática do Congo; em 2013, o Atlético-MG de Ronaldinho Gaúcho perdeu para o Raja Casablanca, do Marrocos; em 2016, o Atlético Nacional,da Colômbia, tomou de 3 a 0 do japonês Kashima Antlers; e em 2018, o River Plate foi derrotado nos pênaltis para o Al-Ain, dos Emirados Árabes Unidos.

Mas o maior vexame coube ao poderoso Palmeiras, que em 2020, perdeu os dois jogos que disputou no Mundial. Primeiro para o Tigres, do México, na semifinal, e depois para o Al-Ahly, do Egito, na disputa do terceiro lugar.


A crise no futebol sul-americano tende a aumentar caso os principais jogares revelados no continente continuem a ser contratados por clubes do mundo inteiro ainda jovens e em início de carreira. Basta ver a transação envolvendo o garoto Endrick, do Palmeiras, que tem apenas 16 anos e já foi levado pelo Real Madrid.

Com apenas 16 anos, Endrick foi contratado pelo Real Madrid e deixa o futebol da América do Sul mais fraco. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros. Atualmente é editor da revista Qual Viagem e portal Travelpedia.


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