Felipão e Luxemburgo são idosos, mas não estão ultrapassados

Por Roberto Maia

Felipão tem no currículo uma Copa do Mundo, uma Copa das Confederações, uma Recopa Sul-Americana, duas Libertadores, dois Brasileirões e quatro Copas do Brasil (Foto: Pedro Souza/Atlético-MG)

Luiz Felipe Scolari e Vanderlei Luxemburgo são os treinadores mais velhos em atividade na Série A do Campeonato Brasileiro. Com 73 anos e 71 anos, respectivamente, ambos têm enfrentado desafios em seus cargos atuais.

Luxemburgo, conhecido por sua trajetória repleta de conquistas, teve um início conturbado no Corinthians, chegando a balançar no cargo com menos de um mês de trabalho. Assim como ocorre atualmente com Felipão no comando do Atlético-MG. A capacidade desses renomados treinadores é posta em dúvida devido à sua idade avançada, porém, eu não concordo com quem pensa dessa maneira.

É verdade que a idade pode diminuir a motivação de alguns profissionais. No entanto, a experiência acumulada ao longo dos anos é inestimável. Luxemburgo e Scolari podem não ter a mesma energia de quando eram mais jovens, mas seu conhecimento tático e habilidades como líderes podem ser cruciais para moldar as futuras gerações de jogadores e treinadores.

Portanto, é injusto rotulá-los como ultrapassados simplesmente com base em sua idade. Afinal, o futebol é um esporte que requer adaptação constante às novas tendências e técnicas, e a capacidade de aprender e evoluir nunca pode ser subestimada.

Hoje vou me ater especificamente à carreira brilhante de Vanderlei Luxemburgo. Nascido em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, em 10 de maio de 1952, iniciou sua jornada no futebol como jogador nas categorias de base do Botafogo e, posteriormente, defendeu as cores de Flamengo, Internacional e Botafogo. Encerrou sua carreira como jogador em 1980 e, a partir daí, deu início à carreira de treinador.

A carreira de Luxemburgo como treinador é notável, tendo comandado vários clubes brasileiros, como Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Santos, Cruzeiro, Vasco da Gama, Atlético Mineiro, São Paulo e Grêmio. Além disso, teve a oportunidade de dirigir clubes estrangeiros, como o prestigioso Real Madrid, na Espanha; Al-Ittihad e Al-Shabab, na Arábia Saudita; e Tianjin Quanjian, na China. Também comandou a Seleção Brasileira.

Seu currículo é invejável, e ele é o técnico brasileiro com mais títulos na história do futebol. Ao todo, conquistou 25 títulos, o que inclui 14 campeonatos estaduais (SP: 9, MG: 2, ES: 1, PE: 1, RJ: 1); Brasileirão Série A: cinco vezes; Torneio Rio–São Paulo: duas vezes; Copa do Brasil, Série B e Copa Rio. Além disso, venceu uma Copa América no comando da Seleção Brasileira.

Vanderlei Luxemburgo é o técnico brasileiro com mais títulos na história do futebol: 25 (Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)

Apesar de sua carreira vitoriosa, Luxemburgo é um treinador controverso. Sua abordagem de jogo ofensivo e personalidade forte o tornam uma figura polarizadora no cenário esportivo. Além disso, suas polêmicas declarações muitas vezes o colocaram em situações delicadas com a mídia e o público.

Contudo, é inegável que Luxemburgo é um dos técnicos mais respeitados no Brasil e além-fronteiras. Sua influência no futebol brasileiro é profunda, e ele é uma das peças-chave para o sucesso do futebol nacional em competições internacionais.

Em suma, Vanderlei Luxemburgo é um dos grandes ícones do futebol brasileiro, e sua carreira vitoriosa é prova de sua competência como treinador. Seu legado transcende o número de vitórias e títulos conquistados e influencia positivamente o desenvolvimento do futebol brasileiro. Assim como outros grandes nomes que deixaram sua marca no esporte, o chamado “Profexô” é uma fonte de inspiração para as futuras gerações de jogadores e treinadores.

Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros. Atualmente é editor da revista Qual Viagem e portal Travelpedia.