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Ela fez o bruto marido machista virar mulher de minissaia

Por Fernando Jorge


Foto: ZaHarD

Recebi de Elisabete Donaldson Vieira Porto, gentil leitora das minhas crônicas, uma carta bem escrita, reveladora de solida cultura, com as seguintes palavras:


“Li dois livros de sua autoria, os romances Eu amo os dois e Eu amo muito Júlia, que agora é Júlio, o primeiro lançado pela editora Novo Século e o segundo pela editora Vermelho Marinho. Ambos são autobiográficos e me convenceram que o senhor não é, de forma alguma, um escritor machista e sim um sincero defensor dos direitos das mulheres.”


A gentil leitora, em seguida, pergunta se eu posso narrar, numa das minhas crônicas, um caso impressionante de machismo superviolento. Respondo, posso, e esse caso me foi descrito por um advogado notável, o meu amigo e colega doutor José Victor Pedroso Chagas.


Uma esposa, sua cliente, não parava de ser maltratada pelo bruto, agressivo marido machista. Ele a xingava, cuspia na sua cara, punha fezes no leite bebido por ela.


A coitada vivia chorando, emagreceu dez quilos em menos de dois meses. Se a infeliz começava a ler um livro, um romance, ele o rasgava e jogava no lixo.


O monstro vivia bêbado, soltando palavrões.


Um dia, quando estava no porre, ela tirou a roupa do monstro, colou duas bolas no peito dele, para dar a impressão de seios, mamas, enfiou no machista uma minissaia e o largou num banco da praça Buenos Aires, onde foi preso.


Fez isto e separou-se do monstro para sempre.




Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Eu amo os dois”, lançado pela Editora Novo Século.



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