Por Fernando Jorge
Brincando, o povo espanhol costuma dizer estes versos de Antonio Machado:
“La plaza tiene una torre,
la torre tiene un balcón,
el balcón tiene una dama,
la dama una blanca flor.
ha pasado un caballero
-¡ quién sabe por qué pasó !-,
y se ha llevado la plaza,
con su torre y su balcón,
con su balcón y su dama
su dama y su blanca flor.”
Vou traduzir esta brincadeira do povo espanhol:
“A praça tem uma torre. A torre tem uma varanda. A varanda tem uma dama. A dama tem uma branca flor. Passou um cavaleiro. E quem sabe por que passou? E levou a praça com a sua torre. A sua torre com a sua varanda. A varanda com a sua dama. A sua dama com a sua branca flor”.
Agora eu peço a esse cavaleiro espanhol que passe aqui, pelo Brasil e leve para bem longe, para os cafundós do Judas, imediatamente, as seguintes pessoas:
Os médicos assassinos, por causa dos seus diagnósticos errados.
Os caloteiros cheios de dinheiro que não pagam as suas dívidas.
Os ladrões de celulares, montados em motocicletas.
Os políticos corruptos, assaltantes dos cofres públicos.
Amigo leitor, diga, seja franco, estou sendo muito mau?
Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Eu amo os dois”, lançado pela Editora Novo Século.
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