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Brabas conquistaram mais títulos do que perderam em 2023

Por Roberto Maia


O ano de 2023 foi de muito sofrimento para a torcida do Corinthians. O time profissional masculino permaneceu sempre do meio para baixo na tabela do Brasileirão, flertando perigosamente com a zona do rebaixamento. Embora com jogadores caros e experientes, o futebol ruim apresentado preocupou a Fiel.


Time feminino do Corinthians conquistou a Copa Libertadores pela quarta vez (Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians)

Mas, apesar do sofrimento com o time principal na disputa do Brasileirão da Série A, os corintianos encontraram um motivo para comemorar nesse ano ruim: o time de futebol feminino do clube, comandado pelo técnico Arthur Elias – responsável pela soberania alvinegra na modalidade - ganhou tudo o que disputou este ano. Foram quatro títulos e apenas três derrotas em uma temporada histórica.


As “brabas” como são chamadas carinhosamente pela torcida levantaram as taças do Campeonato Paulista, do Brasileirão, da Supercopa do Brasil e da Copa Libertadores.


Durante o ano, o time disputou 45 jogos, com 38 vitórias, três derrotas e quatro empates. Um aproveitamento impressionante de 87.4% dos pontos disputados. Além disso, marcaram 135 gols – média de 3,5 por jogo - e sofreram apenas 23.


O desempenho excepcional do time feminino do Corinthians levou o técnico Arthur Elias à seleção brasileira. A partir de 2024, o time será comandado pelo novo treinador Lucas Piccinato, ex-Internacional.


O Corinthians tem 113 anos de história, mas o futebol feminino somente chegou ao Parque São Jorge somente em 2016. E para cumprir uma exigência da Conmebol, que determinou que para os clubes poderem disputar a Copa Libertadores com seus times masculinos, deveriam manter equipes femininas. O Timão cumpriu a determinação e foi além. Contratou uma comissão técnica de qualidade e um mix de jogadoras jovens e outras mais experientes. Manteve a base, ofereceu as condições adequadas e em pouco tempo se impôs como o principal protagonista do futebol feminino no Brasil.


Em sete anos, o time feminino do Timão faturou os seguintes títulos: Paulistão (2019, 2020, 2021 e 2023), Libertadores (2017, 2019, 2021 e 2023), Brasileirão (2018, 2020, 2021, 2022 e 2023), Supercopa do Brasil (2022 e 2023), Copa Paulista (2022) e Copa do Brasil 2016.


A coleção de títulos poderá levar as “brabas” a um possível Mundial de Clubes entre times femininos que ainda está sendo pensado pela FIFA. O torneio envolveria representantes da América do Sul, da Concacaf (Américas Central e do Norte), da Europa e da Ásia.


Tamires, um dos principais destaques das Brabas, renovou contrato e segue no Timão (Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians)

Mas o que enche de orgulho os torcedores do Corinthians é que o time feminino multicampeão tem qualidade, joga com raça e custa muito menos que os profissionais da equipe masculina. Para manter o time feminino, o clube gasta pouco mais de R$ 5 milhões por ano, o equivalente a apenas dez dias da folha salarial do elenco principal masculino.


O novo presidente do Corinthians, Augusto Melo, que assume oficialmente no dia 2 de janeiro, garante que seguirá dando total apoio ao futebol feminino. A torcida já abraçou as “Brabas” e lotam a Neo Química Arena para vê-las em ação.


Tomara outros grandes clubes do Brasil sigam o exemplo do Corinthians e montem times femininos fortes e de qualidade.



Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros. Atualmente é editor da revista Qual Viagem e portal Travelpedia.


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