Avanços no combate à violência contra a mulher: todos podem cooperar
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Avanços no combate à violência contra a mulher: todos podem cooperar

Por Coronel Camilo


No mês de março comemoramos o Dia da Mulher. É uma grande oportunidade para lembrar o carinho, o zelo e a sensibilidade de quem gera uma nova vida, que se dedica, que se preocupa com os detalhes, que protege todos e que, por muitas vezes, acaba sendo a chefe da família, que trabalha diuturnamente e que está sempre ao lado de quem mais precisa. É uma data para celebrar essas e muitas outras qualidades das mulheres.


Por outro lado, seria bom se pudéssemos mencionar só as qualidades das mulheres em alusão à data. Contudo, infelizmente, existe um outro lado, muito triste, que temos que nos preocupar: a violência contra elas. Dados mostram que, a cada 4 minutos uma mulher é agredida no Brasil e a cada 8 horas, uma perde a vida por causa dessa agressão (Rede Brasil, 2019).


Com a pandemia, que começou há um ano, a polícia de São Paulo elaborou um grande plano de contingência para uma crise econômica-social e de saúde que se aproximava, pois se temia forte reflexo na criminalidade, normalmente agravada nessas ocasiões. O policiamento ostensivo foi redirecionado e as delegacias reforçadas. Algumas modalidades de policiamento deixaram de ser feitas (ronda escolar, policiamento em praças desportivas, escoltas de presos) e mais policiais foram para as ruas.


O movimento nas cidades, bares, restaurantes, praças reduziu e, com ele, também o crime de oportunidade, como furto e roubo. O resultado foi visível: todos os indicadores criminais tiveram queda em 2020, conforme números da Secretaria da Segurança Pública. Contudo, dois indicadores aumentaram: os crimes virtuais, aqueles golpes pela internet, e-mail e redes sociais e a violência doméstica, atingindo principalmente a mulher, muitas vezes confinada com o agressor.


Esse é o fato que quero destacar e chamar a atenção de todos para o que nós, todos nós, podemos mudar. Precisamos observar melhor, orientar nossos filhos, famílias e não ser indiferente ao tomar conhecimento de qualquer mulher que esteja sofrendo com a violência, seja física, psicológica ou qualquer outra, denunciar, seja pelo sistema de emergência 190 (se for emergência), seja pelo 181 do Disque-Denúncia ou na Central de Acolhimento à Mulher 180.


A polícia de São Paulo, atenta com a segurança na pandemia, tomou várias ações para proteger as pessoas, dentre elas a adoção do Boletim Eletrônico, que pode ser usado para registro de quase todo tipo de ocorrência. Para a para a mulher, uma inovação é a Delegacia de Defesa da Mulher Eletrônica, a chamada DDM Online, onde a mulher pode fazer o Boletim pela internet, pelo celular e vai ser atendida por uma equipe de delegadas mulheres que lhe darão toda a orientação e seguimento na investigação, se for o caso.


Além disso, as mulheres que já foram vítimas e têm medidas protetivas judiciais, podem baixar o aplicativo SOS Mulher e se cadastrar na Polícia Militar. Esse aplicativo permite o acionamento rápido da polícia numa

situação de perigo. Hoje, há cerca de 26 mil mulheres cadastradas, 1.300 acionamentos e 91 agressores foram presos.


Muito já se avançou nessa questão. É verdade: criamos leis, a Lei Maria da Penha é um exemplo, mas olhando os noticiários, notamos que temos muito ainda a avançar quando o assunto é a proteção da mulher, é uma questão de conscientização de todos, é uma questão de atitude e até de união.


Coronel Camilo é secretário-executivo da Polícia Militar. É formado em Administração de empresas pelo Mackenzie, com bacharelado em Direito pela Universidade Cruzeiro do Sul e pós-graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela FIAP e em Gestão de Segurança Pública pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.

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