Por Fernando Jorge

Para quase tudo, neste mundo, devemos ter controle, limites. Sim, amigo leitor, eu afirmei, para quase tudo, porque barreiras, fronteiras fechadas, não devem existir para a ação da senhora Bondade. E cito aqui a frase feliz do poeta Martins Fontes:
“Como é bom ser bom!”
Acrescento, produzindo uma frase rimada:
“Ser bom é mais delicioso que comer bombom.”
A paciência é uma força, uma energia, afirmou a escritora George Sand (1804-1876), porém, na minha opinião, a paciência deve ter um limite, pois se não tiver, devemos aceitar tudo, o erro, a injustiça, o crime. Não reagir, não protestar contra eles é a mesma coisa que os aceitar, aplaudi-los. Até Deus e Jesus Cristo perderam a paciência, segundo a Bíblia. Pergunto: o que Deus fez, conforme narra esse livro sagrado (Gênesis, 10, 19), quando viu os gravíssimos pecados das cidades de Sodoma e Gomorra? Destruiu-as pelo fogo, pelas labaredas vindas do céu. O Todo Poderoso, dessa maneira, condenou as orgias, as depravações dos habitantes dessas duas cidades, seguidores do Coisa Ruim, de Satanás.
Jesus Cristo, que para mim e todos que o adoram, como eu, é a máxima expressão da bondade, do perdão, da tolerância, também perdeu a paciência, segundo a Bíblia. Pergunto outra vez, o que fez o Salvador, conforme diz a Bíblia, ao ver o templo, a casa do seu pai, invadida pelos mercadores? Ergueu um chicote e derrubou os seus móveis, a transbordar de revolta, de indignação. Jesus, praticamente, expulsou esses mercadores, “raça de víboras”, da casa de Deus, seu pai.
Apresentar a Verdade, como eu faço, não é ser duro, severo, intolerante, porque ela, a Verdade, não pode ser fuzilada, como foi, na época da Primeira Guerra Mundial, a espiã holandesa Mata Hari (1876-1917).
Foi o meu querido amigo Ronaldo Côrtes que me disse: até Deus e Jesus Cristo perderam a paciência. E citou a Bíblia, Sodoma e Gomorra, o episódio de Jesus erguendo o chicote...

Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Eu amo os dois”, lançado pela Editora Novo Século.
Comments