Carlo Ancelotti: um maestro italiano para reerguer a Seleção Brasileira
- Roberto Maia
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Por Roberto Maia
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) surpreendeu o mundo do futebol ao anunciar Carlo Ancelotti como o novo comandante da Seleção Brasileira. O renomado treinador italiano, dono de um currículo invejável, assume o comando da Canarinho com contrato até a Copa do Mundo de 2026, já estreando nos próximos compromissos pelas Eliminatórias contra Equador e Paraguai, em junho.

Antes de se tornar um dos técnicos mais vitoriosos da história, Ancelotti trilhou uma carreira brilhante como jogador. O italiano iniciou sua trajetória no Parma, mas foi na Roma onde conquistou seu primeiro grande título: o Campeonato Italiano de 1982-83, além de quatro Copas da Itália.
Foi no Milan, porém, que Ancelotti viveu seus melhores momentos como atleta. Integrando um meio-campo histórico ao lado de Rijkaard e Gullit, conquistou dois Campeonatos Italianos (1987-88 e 1991-92) e duas Ligas dos Campeões (1988-89 e 1989-90). Esta experiência como atleta vitorioso sob o comando de técnicos visionários moldou sua filosofia e abordagem tática que aplicaria posteriormente como treinador.
A transição para a carreira de treinador foi natural para quem demonstrava liderança e conhecimento tático diferenciados. Depois de passagens por Reggiana e Parma, Ancelotti assumiu a Juventus, onde conquistou a Copa Intertoto da UEFA em 1999.
No entanto, foi no Milan que consolidou seu nome entre os grandes técnicos do mundo. Em sua passagem pelo clube rossonero entre 2001 e 2009, implementou um estilo pragmático e eficiente que resultou em dois títulos da Liga dos Campeões (2002-03 e 2006-07), um Campeonato Italiano (2003-04), uma Copa da Itália (2002-03) e um Mundial de Clubes (2007).
A versatilidade tática permitiu que Ancelotti brilhasse em diversos gigantes europeus. No Chelsea, foi campeão da Premier League e da FA Cup na temporada 2009-10. No Paris Saint-Germain, conquistou o título francês em 2012-13. Passou ainda por Bayern de Munique, Napoli e Everton, acumulando experiência em diferentes ligas e culturas futebolísticas.
No Real Madrid, Ancelotti atingiu o auge de sua carreira como técnico. Em suas duas passagens pelo clube merengue (2013-2015 e 2021-2024), tornou-se uma lenda. Recentemente, alcançou a marca de 350 jogos comandando o time espanhol, com impressionantes 247 vitórias, 50 empates e apenas 53 derrotas.
Com 15 títulos conquistados, é o treinador mais vitorioso nos 123 anos de história do clube madrilenho. Entre suas conquistas pelo Real Madrid estão três Ligas dos Campeões, três Mundiais de Clubes, três Supercopas da Europa, dois Campeonatos Espanhóis, duas Copas do Rei e duas Supercopas da Espanha.
No total, Ancelotti é o único técnico a conquistar cinco Ligas dos Campeões na história (duas pelo Milan e três pelo Real Madrid), consolidando-se como um dos maiores vencedores do futebol mundial.
A chegada de Ancelotti representa um sopro de renovação para a Seleção Brasileira, que busca resgatar seu protagonismo no cenário mundial. O italiano traz consigo uma vasta experiência em lidar com jogadores de alto nível e uma capacidade única de construir ambientes de trabalho positivos.
Para o Brasil, a filosofia de Ancelotti promete trazer a solidez defensiva e o equilíbrio tático que têm faltado em momentos decisivos. Sua habilidade de adaptar esquemas táticos e de ler as partidas com precisão será fundamental para superar adversários complexos nos grandes torneios.
O desafio não será simples. Ancelotti assume a Seleção em um momento de transição, com uma nova geração de talentos buscando espaço e a pressão histórica por resultados pesando sobre seus ombros. No entanto, sua experiência em lidar com grandes expectativas o credencia como o nome ideal para conduzir o Brasil rumo ao hexacampeonato mundial.
Com Ancelotti no comando, a expectativa é que a Seleção Brasileira recupere não apenas os resultados, mas também a identidade de um futebol envolvente e vitorioso. Sua capacidade de extrair o melhor de cada jogador e de valorizar as individualidades dentro de um sistema coletivo organizado pode ser o diferencial que o Brasil precisa.
A paixão do torcedor brasileiro, aliada à expertise do maestro italiano, forma uma combinação promissora para os próximos desafios. A era Ancelotti na Seleção Brasileira se inicia sob grandes expectativas e com todos os ingredientes para ser um capítulo vitorioso na rica história do futebol pentacampeão mundial.
O caminho até a Copa de 2026 está apenas começando, mas a escolha de Carlo Ancelotti sinaliza a ambição da CBF em devolver o Brasil ao topo do futebol mundial.

Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Escritor e editor do portal travelpedia.com.br
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