A importância da nossa participação na segurança pública
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A importância da nossa participação na segurança pública

Por Coronel Camilo


Foto: Delmaine Donson

A cidade de São Paulo tem hoje mais de 12 milhões de habitantes e uma das maiores densidades demográficas do mundo, com uma taxa de 7,4 mil habitantes por quilômetro quadrado. Em termos de área, também não é pequena, 1,5 mil km quadrados. Também é o principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América do Sul. Como fazer frente aos diversos problemas que esse gigantismo apresenta, principalmente na segurança pública? Só com a participação de todos

Como diz a nossa Constituição, a segurança pública é um dever do Estado, direito e responsabilidade de todos. Assim, é muito importante a nossa participação, olhando o espaço público, aumentando o sentimento de pertencimento e comunicando à polícia qualquer atitude suspeita. Em se tratando de furto, mais fundamental ainda é a participação, pois é um crime que acontece longe das vistas da polícia. Esta atitude simples, de não ser indiferente e comunicar o poder público, agrega valor à nossa segurança.

De maneira nenhuma, isso quer dizer que é um dever do cidadão. Muito pelo contrário, continua sendo do poder público. Contudo, quando a comunidade interage com a polícia e passa as informações, as forças de segurança conseguem planejar e distribuir melhor os seus recursos, homens e viaturas, para evitar que o crime aconteça e, quando ele acontece, está bem próximo para agir e fazer prisões.

Uma forma de participar é frequentar as reuniões dos Conselhos Comunitários de Segurança, os CONSEGs, que se reúnem mensalmente em quase todas as cidades do Estado de São Paulo. Nessas reuniões a comunidade pode apresentar as suas demandas, aqueles pontos que precisam ser melhorados, ouvir os integrantes das forças policiais e sugerir ações que melhorem a segurança no seu bairro e da cidade.

Criados pelo Decreto Estadual número 23.455/85, os Conselhos Comunitários de Segurança são grupos de pessoas do mesmo bairro ou município que se reúnem para discutir, analisar, planejar e acompanhar a solução de seus problemas comunitários de segurança, além de desenvolver campanhas educativas e estreitar os laços de entendimento e cooperação entre as várias lideranças locais (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, 2021).

Outra forma de participar é o grupo do Programa Vizinhança Solidária da sua rua. São grupos pequenos, formados por moradores de uma determinada rua ou de algumas ruas do bairro, que se comunicam por WhatsApp e comentam tudo que acontece de anormal no espaço público. Esses grupos têm um administrador, que se chama tutor para a polícia, com contato direto do policiamento local. Aquilo que se percebe estranho, qualquer atitude suspeita, é comunicada diretamente à polícia.

Os integrantes do programa, sobre a administração do Tutor, fazem reuniões periódicas e identificam as suas casas com uma placa geralmente amarela com os dizeres: "Área vigiada pela comunidade, comunicamos toda atitude suspeita imediatamente para a polícia”. Estas placas, além de identificar o programa, trazem sensação de segurança aos moradores e, ao mesmo tempo, dão um recado à criminalidade de que aquele espaço é cuidado por todos. Isso afasta o crime.

Todos devem se unir e somar esforços para melhorar a segurança da rua, do bairro, da cidade. O cidadão deve fazer a sua parte, observando, cuidando, comunicando, interagindo com sua comunidade e participando. O Estado também, investindo, se aperfeiçoando, trabalhando de forma integrada e coordenada. Desta forma, o resultado será melhor para todos e teremos, cada vez mais, qualidade de vida.




Coronel Camilo é formado em Administração de Empresas pelo Mackenzie, com bacharelado em Direito pela Universidade Cruzeiro do Sul e pós-graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela FIAP e em Gestão de Segurança Pública pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.


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