Por Roberto Maia
O atacante brasileiro Vinicius Júnior, astro do Real Madrid, mais uma vez foi alvo de atos racistas em um jogo da LaLiga, o Campeonato Espanhol. No último sábado, quando seu time enfrentou o Sevilla, um torcedor do time da Andaluzia imitou um gesto de macaco direcionado ao jogador. Mais um episódio revoltante que ilustra um problema persistente no futebol e na sociedade espanhola.

Infelizmente, manifestações racistas têm sido comuns contra o jogador brasileiro em sua jornada no futebol espanhol. Anteriormente, em abril, no estádio Mestalla, durante uma partida entre o Real Madrid e o Valencia, Vinícius Junior sofreu insultos racistas e gritos de macaco da torcida adversária. O jogo precisou ser paralisado por aproximadamente oito minutos. Irritado ele acabou sendo expulso de campo após se envolver em uma confusão.
Após esse episódio, Vinicius Júnior recebeu manifestações de apoio de diversas partes, incluindo o presidente da FIFA, Gianni Infantino, que o nomeou como líder de um comitê especial de combate ao racismo. O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, também pediu que as entidades esportivas mundiais tomassem medidas efetivas para combater o racismo e o fascismo no futebol.
Em comunicado o Sevilla, informou que identificou e puniu rigorosamente o torcedor aplicando medidas disciplinares internas. O que seriam essas tais medidas disciplinares? O agressor deveria ser preso isso sim.
Vinicius Júnior elogiou a atitude do time andaluz por sua rápida resposta aos acontecimentos. No entanto, o atacante lamentou profundamente a recorrência desses incidentes em sua carreira no futebol espanhol. O jogador expressou sua frustração, relatando que teve acesso a um vídeo que mostrava outro ato racista durante a partida, desta vez praticado por uma criança. Ele lamentou a falta de educação que permitiu tais comportamentos e pediu uma mudança na legislação espanhola para que os autores de atos racistas possam ser responsabilizados criminalmente.

Vinicius Júnior também destacou seu compromisso com a educação no Brasil, investindo significativamente para formar cidadãos com mentalidades diferentes das que promovem o racismo. Ele pediu às autoridades espanholas que tomem medidas concretas para combater o racismo no esporte, enfatizando que isso seria um passo importante em direção à preparação da Espanha para a Copa do Mundo de 2030.
O Real Madrid, clube de Vinicius Júnior, não emitiu nenhuma declaração sobre o incidente, o que levanta questionamentos sobre a postura dos clubes em relação a casos de racismo envolvendo seus jogadores.
A LaLiga, por sua vez, simplesmente reproduziu o comunicado do Sevilla, informando que o clube identificou e expulsou o torcedor racista do estádio, além de ter feito uma denúncia às autoridades policiais.
Esses incidentes mostram que o racismo persiste como um problema grave no futebol, não apenas na Espanha, mas em todo o mundo. É crucial que as autoridades esportivas e os clubes tomem medidas firmes para eliminar o racismo dos campos de futebol e promovam um ambiente inclusivo e respeitoso para todos os jogadores, independentemente de sua origem ou cor de pele. A luta contra o racismo no futebol é uma responsabilidade de todos e requer ação contundente e cooperação de todos os envolvidos no esporte.
Vinícius Júnior já foi vítima de manifestações racistas em 19 ocasiões na Espanha. Acho que está na hora dele deixar o país e mostrar o seu futebol em outro país, onde o respeitem. Ou que se puna rigorosamente os racistas.

Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros. Atualmente é editor da revista Qual Viagem e portal Travelpedia.
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