Por Paiva Netto
Achei nos meus alfarrábios, texto que publiquei, em 1986, na centenária Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, no volume segundo das Sagradas Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo (1990) e desenvolvido por mim em artigos veiculados pela imprensa e pela internet. Nele, pergunto:
Quantos já alcançaram que um pensador libertário como Jesus não pode ficar aprisionado entre quatro paredes de um templo, por mais respeitável que seja, ou ter Sua Mensagem reduzida por analistas que, por mais veneráveis que se apresentem, por vezes, confundem “germano com gênero humano?”
O Celeste Libertador nunca esteve restrito ao cristianismo humano. Somos nós, com nossa visão ainda pequena, quem O confinamos à nossa incapacidade de compreender Sua Fraterna Doutrina. Daí preconizarmos o Cristianismo do Cristo, porquanto Ele trouxe Leis Espirituais, Morais, Ecumênicas (isto é, Universais) Elevadíssimas, Divinas. E não estou a afirmar qualquer aberração. O próprio Mestre afiançou, em Sua Boa Nova, conforme os relatos de João, 16:12 a 15, que mandaria o Espírito da Verdade, ou Paráclito, para deslindar novas coisas, que são Dele, Jesus, mas que não as pôde declarar naquele momento visível entre nós:
A Missão do Paráclito
(Evangelho de Jesus, segundo João, 16:12 a 15)
“12 Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis entender agora;
“13 quando vier, porém, o Espírito da Verdade (o Paráclito), ele vos guiará a toda a Verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido de mim e vos anunciará todas as coisas que hão de vir.
“14 Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu para trazê-lo a todos vós.
“15 Tudo o que o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e anunciará a vós”.
Então, o Seu Saber, a Sua Bondade, a Sua Justiça, a Sua Solidariedade, a Sua Fraternidade, a Sua Generosidade, a Sua Compaixão se derramam sobre todas as criaturas. Os seres humanos é que separam. Deus une.
Os religiosos iluminados pelo espírito de concórdia e os cultores do pensamento criador sem algemas de qualquer espécie; enfim, os indivíduos de mente aberta, crentes e ateus, pressentem isso sem dificuldade. Desejam ver a excelente influência altruística do Cristo clarear todos os setores da sociedade. Não podem abrir mão de tão extraordinária e sublime competência. Se não, para que Cristianismo? Ora, Jesus é infinitamente maior do que todas as grandes personalidades que passaram pelo mundo, transformando-o.
Eis o que nos revela o Evangelho, segundo João, 1:1 a 5:
— No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus, todas as coisas foram feitas por Ele, e nada do que se fez foi feito sem Ele: Cristo Jesus. A vida estava Nele, e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.
O exemplo do Cristo deve inspirar todos os campos da Vida
Por isso, proclamo há décadas que Jesus foi Cientista, quando, por ordem do Senhor do Universo, criou este planeta que habitamos; Economista, quando multiplicou pães e peixes e não deixou perder o que sobejou; Filósofo, quando desenvolveu Sua Divina Doutrina; Psicólogo, quando a adequou ao conhecimento das massas populares; Pedagogo, quando a ensinou por parábolas e pelo exemplo; Religioso, quando, convivendo com o povo e pregando aos sacerdotes no templo desde os 12 anos de idade, lhes transmitiu normas de conduzir suas existências no mundo, de maneira a merecerem a Vida Eterna; Incentivador do Progresso do ser humano pelo esforço próprio, quando advertiu que “a cada um será dado de acordo com as suas próprias obras (Evangelho, segundo Mateus, 16:27; e Apocalipse, 22:12): o Cristianismo não é a escola da ociosidade; Legislador e Político, quando expôs, por intermédio de João Evangelista, que “Deus é Amor” (Primeira Epístola, 4:16) e que, por isso, todos precisam cumprir a Sua Lei de Solidariedade Espiritual, Humana e Social — o Novo Mandamento de Jesus (Boa Nova, segundo João, 13:34 e 35) —, amando-se uns aos outros tanto quanto Ele mesmo nos amou: “Não há maior Amor do que doar a própria vida pelos seus amigos” (Evangelho de Jesus, segundo João, 15:13).
E Ele a doou até pelos que se colocavam como Seus eventuais adversários! Com isso, convocou o mundo à mais grandiosa das reformas, que deve preceder a todas as outras, a do ser humano, pela consciência plena dos seus valores espirituais: “Buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas” (Evangelho do Cristo, segundo Mateus, 6:33), postulado de Jesus para a formação da Economia da Solidariedade Espiritual e Humana, componente básico da Estratégia da Sobrevivência, que propomos, desde a década de 1970, para que haja uma Sociedade Solidária Altruística Ecumênica.
Aí está. O Ecumenismo é Educação aberta à Paz.
Tudo isso só pode parecer utopia num orbe saturado de ódios e contendas de todos os matizes. Entretanto, a humanidade, sabendo ou não, anseia por um clima espiritual e social menos poluído. Tendo alcançado o entendimento superior a respeito do que fazem neste burgo planetário e cientes de que sua vida prosseguirá após a morte, a mulher e o homem, mais dia, menos dia, saberão valer-se de todas as riquezas da Terra, sem delas se tornarem escravos.
José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista e poeta. É diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV), membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter). Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade. Saiba mais em www.paivanetto.com/livros.
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