Treinadores “forasteiros” fazem o caminho de volta
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Treinadores “forasteiros” fazem o caminho de volta

Por Roberto Maia


Semana passada falei aqui sobre o sucesso dos treinadores estrangeiros no futebol brasileiro. E não é que logo após a primeira rodada do returno do Campeonato Brasileiro, dois dos cinco “forasteiros” já não comandam os seus times. O argentino Eduardo Coudet resolveu trocar o líder Internacional para, provavelmente, dirigir o Real Club Celta de Vigo, na Espanha. O time espanhol ainda não confirmou a contratação, mas tudo indica que será esse o destino de Coudet. Já o espanhol Domènec Torrente foi demitido pelo Flamengo após o time sofrer duas goleadas consecutivas no Brasileirão - 4 a 1 para o São Paulo e 4 a 0 para o Atlético-MG.

Eduardo Coudet deixa o líder Internacional para comandar o Celta, time onde jogou na temporada 2002/2003 espanhol (Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional)

A demissão de Domènec não surpreendeu. Já a saída de Coudet causou estranheza. Afinal, o Colorado lidera o campeonato e está entre os favoritos ao título nacional, enquanto o Celta ocupa apenas a 17ª colocação na LaLiga Santander 2020/2021 e briga para não ser rebaixado. O vínculo com o Inter ia até o final de 2021 e a multa estabelecida para o rompimento é de quase R$ 10 milhões e que deverá ser paga pelo clube da Espanha.


A troca caso seja confirmada escancara a diferença de forças entre os clubes da Europa e os do Brasil. No entanto, não há termos de comparação entre o que representa o Internacional e o Celta no cenário mundial. O Colorado é um dos clubes mais populares do futebol brasileiro e tem cerca de 6,3 milhões de torcedores. É tricampeão brasileiro, bicampeão da Copa Libertadores e campeão mundial de clubes.

omènec Torrente, que chegou com a fama de ser auxiliar de Guardiola, não resistiu a duas goleadas consecutivas (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

Então por que Coudet deixaria um clube vencedor como o Internacional por um time considerado pequeno na Espanha e internacionalmente? Entre os motivos estariam a segurança de trabalhar na Europa e o aspecto afetivo que o liga ao Celta. Antes de se consagrar vestindo as camisas do River Plate e Rosário Central na Argentina, o ex-meio-campista foi jogador do Celta na temporada 2002/2003, onde disputou apenas 12 partidas. Apesar de curta a passagem pelo Celta foi importante para o clube. A equipe terminou com a quarta melhor campanha no campeonato espanhol, atrás de Real Madrid, da Real Sociedad e de seu maior rival Deportivo La Coruña.


Naquela época o Celta era conhecido como "Eurocelta", quando protagonizou grandes façanhas. Foi vice-campeão da Copa do Rei de 2001, após ter eliminado o poderoso Barcelona na semifinal. Também conquistou o seu único título internacional até então, o da extinta Copa Intertoto da UEFA em 2000.

O Celta faz temporada ruim e ocupa a 17ª colocação no campeonato espanhol (Foto: LaLiga/Divulgação)

O Celta herdou o nome das antigas tribos celtas, que passaram séculos vivendo na região que hoje é conhecida como Galícia - situada no noroeste da Espanha e próximo de Portugal. O clube é reconhecido pelo espírito de batalha e bravura celta, o que é, facilmente, confundido com o estilo latino de se jogar futebol. Muito parecido com a forma aguerrida dos argentinos e, também, dos gaúchos.


Na atual temporada o Celta não vive um bom momento. Soma apenas sete pontos (uma vitória, quatro empates e quatro derrotas), um a mais que os três clubes que ocupam a zona de rebaixamento. A equipe celeste não sabe o que é vencer há sete rodadas. Por isso, demitiu o treinador Óscar Gárcia e abriu as portas para Eduardo Coudet.



Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros. Atualmente é editor da revista Qual Viagem e portal Travelpedia.


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