Treinadores “forasteiros” estão em alta no futebol brasileiro
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Treinadores “forasteiros” estão em alta no futebol brasileiro

Por Roberto Maia


Influenciados pelo sucesso do português Jorge Jesus e do argentino Jorge Sampaoli no Campeonato Brasileiro de 2019, quando comandavam o campeão Flamengo e o vice Santos, respectivamente, os treinadores estrangeiros ganharam espaço no Brasil. E estão aproveitando a fama conquistada. Ao final do primeiro turno do Brasileirão 2020 são cinco os “forasteiros” comandando times da Série A.


Destaque para os “professores” dos três times que lideram a competição e que são treinados por profissionais de outros países. O líder Internacional tem o argentino Eduardo Coudet, o Flamengo (2º) foi buscar o espanhol Domènec Torrente para substituir Jesus que foi para o Benfica, e o Atlético-MG (3º) trouxe Sampaoli. Além deles, dois portugueses estão por aqui: Ricardo Sá Pinto no Vasco e Abel Ferreira no Palmeiras.

Eduardo Coudet do Internacional é sobrinho de Filpo Núñez, treinador histórico do Palmeiras nos anos 60 (Foto: Ricardo Duarte/Internacional)

Em comum, Coudet, Domènec e Sampaoli são os que apresentam times com estilo de jogo diferente dos demais, além de maior número de gols marcado. O futebol vistoso e os bons resultados vão quebrando barreiras entre os dirigentes quer, cada vez mais pensam em estrangeiros na hora de trocar de técnicos. Acho bom isso, até porque eles podem influenciar os colegas brasileiros que até bem pouco tempo optavam por defesas sólidas e ataques pragmático. Era corriqueiro o esquema para jogar no erro do adversário. Podia até dar certo em alguns casos, mas o jogo ficou feio e chato.


No passado, treinadores estrangeiros já se aventuraram no Brasil. Alguns até conseguiram bons resultados, mas os brasileiros sempre prevaleceram. O conceito usual era contratar ex-jogadores para exercerem a função de treinadores. O futebol evoluiu muito e não mais bastava a experiência de ter jogado futebol. Era necessário muito estudo e dedicação. Tanto é que consagrados craques não conseguiram resultados expressivos no comando técnico.

O novo treinador do Palmeiras, Abel Ferreira, tem 41 anos e estava no PAOK da Grécia (Foto: Cesar Greco/Ag.Palmeiras)

Nas décadas de 1960 e 70, dois argentinos fizeram sucesso no Brasil como treinadores: Filpo Nuñez no Palmeiras e José Poy no São Paulo. Nuñez treinou diversos clubes no País, mas ganhou destaque por dar forma e comandar a chamada Academia do Verdão e conquistar o torneio Rio-São Paulo de 1965. Já Poy foi goleiro e ídolo no Tricolor. Após encerrar a carreira virou treinador e comandou diversas vez o time onde ganhou fama. Ele ganhou o Campeonato Paulista de 1975.

No Corinthians os treinadores estrangeiros nunca conseguiram fazer sucesso e nem ganhar títulos. O último a comandar o Timão foi o argentino Daniel Passarela. Contratado em 2005 pela MSI de Kia Joorabchian para comandar o elenco cheio de estrelas como Carlito Tevez, Mascherano, Fábio Costa e Roger. Foi mandado embora após apenas 15 jogos e um histórico de resultados ruins.



Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros. Atualmente é editor da revista Qual Viagem e portal Travelpedia.


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