Por Paulo Panayotis
Londres - Inglaterra. Tom Booton vem pessoalmente checar porque alguém pede mudanças em sua nova carta. Uma das revelações da alta gastronomia em Londres, ele chefia com talento e pulso firme o consagrado restaurante The Grill, no icônico hotel The Dorchester. Não é sempre que isso acontece.
Refiro-me a duas coisas: um chef tão jovem, com menos de 29 anos de idade, dirigir um restaurante tão antigo, especialmente em Londres e alguém pedir para trocar um dos ingredientes de seu criterioso menu. “Boa noite. Sou Tom e gostaria de saber como posso ajudar”, surpreende o dinâmico e desconfiado chef. “Eu não como abóbora”, explica meio constrangida a jornalista Adriana Reis, que almoça comigo. “Sem problemas, diz ele, vou providenciar algo novo”e sai quase voando de volta para as panelas. Em seguida, traz um excepcional prato de vieiras. Troca o purê de abobora por um molho de ervas que ele próprio serve. Todo chef deveria ser assim, penso comigo mesmo. E todo restaurante deveria ser exatamente assim, concluo!
Afinal, estamos falando de serviço requintado, produtos de excelência e preços, digamos, bem acima da média de outros restaurantes. Mas é exatamente por isso que os restaurantes do hotel The Dorchester seguem como farois iluminando os mares da gastronomia em noites nem sempre claras. Aliás, já me hospedei aqui e realmente fiquei bem impressionado. Devo ser franco: como correspondente internacional de TV, já fiquei em dezenas de hotéis cinco estrelas por todo o mundo. Por conta de minha profissão, também conheci dezenas de restaurantes ditos “únicos” pelos cinco continentes.
Nem sempre a fama justifica os preços e nem sempre os preços justificam o que é oferecido. Não existe este risco no The Dorchester. Antes da pandemia, tive o privilégio de, além de me hospedar, experimentar o famoso chá da tarde servido no restaurante The Promenade. Também ficou na memória com seus pequenos, coloridos e deliciosos sanduíches.
Os “scones”, tradicionais bolinhos ingleses servidos com clotted cream (creme de coalhada), são inesquecíveis. Voltando ao almoço, tudo impecável com um ar de escancarada modernidade que vai das entradas suculentas, passa pelo peito de pato servido ao ponto exato e encerra com sobremesas exclusivas e saborosas. Ah, aquele mil folhas com ruibarbo!
Importante: tudo no tempo exato, sem aquela pressa, aquele estresse típico de alguns restaurantes ingleses. Não resisti e pedi para conhecer a cozinha, as panelas e, claro, a equipe do chef Tom. Afinal, sem equipe não se vai longe quanto mais ao pódio dos restaurantes memoráveis.
Bingo: gente jovem, profissional, antenada e feliz na medida justa. “Se você tem mais dias ruins do que bons na cozinha, então você está na profissão errada”, sentencia chef Tom. Verdade verdadeira!
Fotos: Paulo Panayotis & Adriana Reis
Jornalistas estiveram no restaurante a convite da Dorchester Collection representada no Brasil pela Sahão Marketing & Consultoria e apoio Visit Britain.
Paulo Panayotis é jornalista profissional, ex-correspondente internacional de Tv, escritor e viaja com patrocínio e apoio Avis e Universal Assistance (ppanayotis@oquevipelomundo.com.br)
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