Sou tão perigoso, mas tão perigoso, que tenho medo de mim mesmo!
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Sou tão perigoso, mas tão perigoso, que tenho medo de mim mesmo!

Por Fernando Jorge

Crédito: Freepik

Meu Deus, como sou perigoso. Sou tão perigoso, mas tão perigoso, que tenho medo de mim mesmo! Pergunto, como ainda não fui preso? Nem gosto de me ver no espelho, pois quando olho a minha imagem nele, penso assim, que sujeito perigoso!

Volto a perguntar:

– Mas por que sou tão perigoso?

Uma voz me respondeu:

– Você, Fernando Jorge, é muito perigoso porque só fala a verdade.

Aí eu perguntei a um fantasma, meu amigo:

– Querido fantasma, por que só falo a verdade?

O meu amado fantasma explicou:

– Queridíssimo Fernando, você nem devia ter feito esta pergunta. É uma questão de lógica simples, elementar. Entendeu?

Beijei o meu idolatrado fantasma e acariciei o seu rosto cadavérico, dizendo:

– Sim, sim, tem razão, repito isto mil vezes! Sou muito perigoso porque piso em cima da senhora Mentira e depois eu dou a ela um bofetão, arrancando-lhe os dentes da boca torta e fedorenta.

Após dizer isto ao meu adorado e cadavérico fantasma, eu enumerei as vezes em que bati, como sádico implacável, na senhora, ou melhor, na bruxa Mentira:

Primeira vez, quando provei que a opera rock Jesus Cristo superstar difama o Salvador.

Segunda vez, quando provei, como jurado de televisão, do programa do Flávio Cavalcanti, que o Silvio Santos era casado e não solteiro, como ele disse ao Flávio.

Terceira vez, quando provei, no meu livro contra o Paulo Francis, que ele era ladrão literário (plagiário), difamador, racista, odiava baianos, negros, nordestinos, judeus, árabes, etc.

Paro aqui, a lista é enorme, mas estes exemplos são suficientes. E declaro, orgulho-me de ser perigoso, muito, muito, muito perigoso! Obrigado a Deus, o meu sincero agradecimento ao nosso Pai Celeste, e não ao monstro das trevas, o demônio.



Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Eu amo os dois”, lançado pela Editora Novo Século.

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