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Segurança Pública: a importância da nossa participação

Foto do escritor: Coronel CamiloCoronel Camilo

Por Coronel Camilo


Certo dia, a caminho do trabalho, nos deparamos com vários semáforos apagados pela cidade de São Paulo, provocando congestionamentos e atrasos a todos. Mais de 500 metros de cabos foram furtados durante a noite, a despeito da forte ação policial preventiva e investigativa para evitar que os furtos aconteçam e fiscalizar os desmanches e ferros velhos pela cidade. Mesmo assim, os furtos são sempre um desafio para a polícia.


Volto a um tema caro para a segurança pública: a participação do cidadão. Como diz a nossa Constituição, a segurança pública é um dever do Estado, direito e responsabilidade de todos. Assim, é muito importante a nossa participação, olhando o espaço público, aumentando o sentimento de pertencimento e comunicando à polícia qualquer atitude suspeita. Em se tratando de furto, mais fundamental ainda é a participação, pois é um crime que acontece longe das vistas da polícia. Esta atitude simples, de não ser indiferente e comunicar o poder público, agrega valor à nossa segurança.


De maneira nenhuma, isso quer dizer que a responsabilidade é do cidadão. Muito pelo contrário, continua sendo do poder público. Contudo, quando a comunidade interage com a polícia e passa as informações, as forças de segurança conseguem planejar e distribuir melhor os seus recursos, homens e viaturas, para evitar que o crime aconteça e, quando ele acontece, está bem próximo para agir e fazer prisões. Nas emergências devemos ligar 190 e nos casos crônicos, principalmente envolvendo drogas, devemos utilizar o 181, Disque-Denúncia.


Há várias formas de contribuir com a segurança. Uma delas é participar das reuniões dos Conselhos Comunitários de Segurança, os CONSEGs, que acontecem mensalmente em quase todas as cidades do Estado de São Paulo. Nessas reuniões a comunidade pode apresentar as suas demandas, aqueles pontos que precisam ser melhorados, ouvir os integrantes das forças policiais e sugerir ações que melhorem a segurança no seu bairro e da cidade.


Criados pelo Decreto Estadual número 23.455/85, os Conselhos Comunitários de Segurança são grupos de pessoas do mesmo bairro ou município que se reúnem para discutir, analisar, planejar e acompanhar a solução de seus problemas comunitários de segurança, além de desenvolver campanhas educativas e estreitar os laços de entendimento e cooperação entre as várias lideranças locais (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, 2021).


Temos também os grupos do Programa Vizinhança Solidária - PVS. São grupos pequenos, formados por moradores de uma determinada rua ou de algumas ruas do bairro, que se comunicam por WhatsApp e comentam tudo que acontece de anormal no espaço público. Esses grupos têm um administrador, que se chama tutor para a polícia, com contato direto do policiamento local. Aquilo que se percebe estranho, qualquer atitude suspeita, é comunicada diretamente à polícia.


Todos devem se unir e somar esforços para melhorar a segurança da rua, do bairro, da cidade. O cidadão deve fazer a sua parte, observando, cuidando, comunicando, interagindo com sua comunidade e participando. O Estado também, investindo, se aperfeiçoando, trabalhando de forma integrada e coordenada. Desta forma, o resultado será melhor para todos e teremos, cada vez mais, qualidade de vida.


Coronel Camilo é secretário-executivo da Polícia Militar. É formado em Administração de empresas pelo Mackenzie, com bacharelado em Direito pela Universidade Cruzeiro do Sul e pós-graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela FIAP e em Gestão de Segurança Pública pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.

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