Por Paulo Panayotis
Brasov e Sinaia – Transilvânia - Romênia. Mesmo sendo neto de romenos e tendo crescido ouvindo falar da Romênia, sempre que alguém mencionava o conde Drácula tudo mudava. Aquele sentimento familiar, de pertencimento, dava lugar a algo nebuloso, grotesco, misterioso. Pura lenda. Dois castelos são mandatórios quando você resolver ir à terra de Dracul, ou o conde Drácula: o próprio castelo da lenda que deu origem ao infame e mortal conde que sugava o sangue de suas vítimas para sobreviver e o formidável castelo-palácio de Peles, um dos mais bonitos que já conheci.
Castelo de Bran: cartão postal da Romênia
Mesmo mito, quem vai para a Romênia e não quer dar um pulinho no célebre castelo do conde Drácula? Na verdade ele se chama Castelo de Bran – nome oficial do castelo do Drácula – cujo nome verdadeiro era Vlad Dracul. Apesar de todo reboliço criado em torno do nome deste “pai dos vampiros”, tudo não passa de lenda. De fato, Vlad Dracul lutou muito para defender o país de invasores turcos e, quando os prendia, era implacável, torturando-os até a morte por “empalamento”. Lendas e histórias reais à parte, reserve metade do dia para visitar e conhecer esse prosaico e interessante ponto turístico romeno. Afinal, é a mais conhecida atração turística do país.
A 170 quilômetros de Bucareste, a capital, o castelo foi reconstruído há alguns séculos, portanto não está em seu local original. Nem por isso perde a graça. Sugiro que vá de excursão, com ônibus ou minivan. Por quê? Porque se for de carro alugado ou individual vai pagar muito mais caro e, ao final, vai ter que encarar a fila como todo mundo e ainda se preocupar com a estrada, com estacionamento, etc. Vale a pena passear pelos corredores e salas reais do castelo e até mesmo ver o pequeno vídeo sobre a história do lugar. Deixe seu espírito vagar livre e imagine o que bem quiser.
Antes de partir para o castelo de Peles, para mim a melhor atração deste roteiro, vá almoçar na cidade de Brasov. Sugiro pedir ‘mititei’, um prato típico feito com carne moída de cordeiro e vaca, assado na brasa temperado com especiarias como cominho.
Castelo-palácio de Peles
Em estilo neorrenascentista, este sim tem história verdadeira. No meio das montanhas Cárpatos, de longe já se tem uma vaga ideia de seu esplendor. Antiga residência real, foi o primeiro castelo do país a ter energia elétrica! Tanto que suas gigantescas lareiras não têm chaminé! Afinal, eram todas elétricas não é?
São mais de 160 quartos e aposentos em uma construção com quase quatro mil metros quadrados. Isto sem mencionar os magníficos jardins. Uma infinidade de estilos na decoração faz com que sua visita seja uma surpresa atrás da outra, aposento atrás de aposento. Peles tem tudo que um verdadeiro castelo-palácio tem direito: halls monumentais, passagens secretas, banheiros da realeza e vistas incríveis dos arredores. Sugiro que, quando comprar seu passeio, opte pelo percurso ampliado, ou seja, o que inclui todas as instalações de Peles. Afinal, quando é que você pretende voltar para lá? Ah, e antes de encerrar, reitero: vá conhecer a Romênia! É um dos mais bonitos, surpreendentes e baratos países que visitei nos últimos anos na Europa (fica no leste europeu). E vá logo porque os preços começam a subir à medida que tudo ao redor está bem mais caro e os turistas europeus chegam em números cada dia maiores. E não precisa ter familiares romenos para ir. E se precisar de dicas ou um roteiro pessoal, escreva.
Fotos: Paulo Panayotis/Adriana Reis/Divulgação
Paulo Panayotis é jornalista profissional, ex-correspondente internacional de Tv, escritor e viaja com patrocínio e apoio Avis e Universal Assistance (ppanayotis@oquevipelomundo.com.br)
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