Por Roberto Maia
Em diversas ocasiões, expressei a relevância do Dérbi paulista entre Corinthians e Palmeiras. É um jogo que transcende campeonatos e classificações, um confronto onde a imprevisibilidade reina. E, no último domingo, a magia do Dérbi mais uma vez se fez presente e ficará marcado na memória dos torcedores.
O palco da batalha foi a Arena Barueri, onde Palmeiras e Corinthians se enfrentaram pelo Campeonato Paulista. O resultado final foi um empate histórico de 2 a 2, em um duelo que ficará gravado na história do futebol. O Timão, mesmo estando dois gols atrás – tentos marcados por Endrick e Flaco López -, conseguiu garantir o empate nos minutos finais.
O desfecho emocionante começou a se desenhar aos 42 minutos do segundo tempo, quando Yuri Alberto diminuiu a vantagem do Palmeiras. No entanto, dois minutos depois, o goleiro Cássio recebeu o cartão vermelho por uma entrada dura em Rony. Com todas as substituições já realizadas, o zagueiro Gustavo Henrique assumiu o gol.
O cenário se tornou ainda mais sombrio para a Fiel Torcida quando o centroavante corintiano saiu de campo minutos depois após um choque violento com o joelho do zagueiro Murilo, do Palmeiras.
Com apenas nove jogadores em campo e sem goleiro, a partida parecia perdida para o Corinthians. No entanto, o final, longe do caos esperado, teve um sabor de vitória para o Timão. Aos 55 minutos de jogo, o meia Rodrigo Garro faz um golaço de falta e decreta o empate improvável. O argentino foi eleito o craque do jogo.
A rivalidade entre Palmeiras e Corinthians é um dos maiores e mais equilibrados clássicos do futebol brasileiro. São 106 anos de história com títulos e polêmicas. Ao longo das 380 vezes que se enfrentaram, o Verdão soma 134 vitórias, o Timão 129, além de 117 empates. O Palmeiras balançou as redes 545 vezes, enquanto o Corinthians marcou 498 gols.
Esse Dérbi é muito mais do que números e estatísticas. É a essência do futebol paulista e brasileiro. Um espetáculo que transcende as quatro linhas e envolve paixão, emoção e muita rivalidade. E a tradição do clássico foi mais uma vez honrada, deixando os torcedores ansiosos por futuros capítulos dessa história tão rica e emocionante.
Brabas imbatíveis!
Não posso deixar de registrar mais um feito das Brabas do Timão. Na manhã de domingo, o Corinthians bateu o Cruzeiro por 1 a 0 e ficou com o título da Supercopa do Brasil feminina. Duda Sampaio foi a autora do gol decisivo, levando o Corinthians a sua terceira vitória consecutiva na competição. O alvinegro paulista tornou-se o único campeão da Supercopa Feminina ao superar Grêmio (2022) e Flamengo (2023) nas edições anteriores.
A Fiel Torcida mais uma vez mostrou sua força e, mesmo em um jogo às 10h30, levou 33.424 torcedores à Neo Química Arena, para uma renda bruta superior a R$ 750 mil.
Este triunfo representa o primeiro título das Brabas sem a orientação do técnico Arthur Elias, que deixou o comando do Corinthians no final de 2023 para assumir a Seleção Brasileira Feminina. Para chegar à final, o Timão, agora comandado por Lucas Piccinato, superou o Internacional e a Ferroviária, consolidando sua posição como potência no futebol feminino brasileiro.
Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros. Atualmente é editor da revista Qual Viagem e portal Travelpedia.com.br
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