Reformas nos apartamentos e a pandemia
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Reformas nos apartamentos e a pandemia

Por Rodrigo Azevedo

Freepik

Quem já precisou reformar um apartamento sabe o quanto é difícil e caro “mexer em casa”. Os mais imediatistas logo se acertam com o pedreiro ou quando muito um mestre de obras, ou empreiteiro. E sem saber entrarão em luta com a tal da reforma até que se cansem e desistam dela.

Os mais precavidos e exigentes buscarão a experiência e a segurança de um arquiteto ou arquiteta. Com isso aumenta o nível da organização do processo, por meio de planejamento, apresentação de projetos 3D e escolhas mais refinadas. Além das possibilidades de materiais e toda a sofisticação de que são capazes na criação dos ambientes.

Mas, não raro ambos sequer se lembram do condomínio, dos vizinhos e dos transtornos que uma obra gera em tão apertado e compartilhado espaço. Demolição, diversas entregas de materiais volumosos, deslocamento até a unidade (sacos de cimento, areia, argamassa, revestimento, tintas etc.). Trabalho duro, imprevistos, muitas idas e vindas, sujeira por todos os lados, inclusive nos corredores e elevadores e o famigerado barulho.

Lembrou da pandemia e da vizinhança toda trabalhando em casa? E quando o pedreiro acidentalmente furar um cano e o zelador precisar sair correndo para fechar a prumada de distribuição de água para cessar o vazamento que se criou? Vai faltar água em todas as unidades até que se possa consertar o cano. Seja pelo barulho, pela sujeira, pelo entra e sai de fornecedores, o impacto é grande e as reclamações junto ao síndico farão fila.

Por isso, antes de pensar em iniciar uma obra, procure o síndico do prédio ou a administradora, para entender como o seu condomínio se organiza com relação à aprovação e condução de obras nas unidades. Lembre-se, o síndico nada mais é do que o representante legal, cuja função principal é preservar o patrimônio. Mas ele não tem superpoderes nem bola de cristal. Por isso, invista na comunicação e coopere.

O condômino, ou responsável pela reforma, deverá apresentar os projetos relacionados ao pretende modificar ou atualizar na unidade. A parte civil, hidráulica e elétrica, com os desenhos do que será demolido ou construído; memoriais descritivos e referências técnicas das mudanças ajudam; pense também em formular uma lista dos serviços a serem realizados, por cômodo. E principalmente o Cronograma da reforma com a identificação das atividades que propiciem a geração de ruídos durante a obra.

Cabe informar os dados das empresas, e profissionais envolvidos na realização da reforma, e principalmente providenciar uma ART – Anotação de responsabilidade técnica, emitida por engenheiro ou a RRT, documento equivalente emitido pelos arquitetos. Desta forma, o condomínio passa a identificar o profissional responsável pelo projeto e execução da reforma, e a documentação será devidamente registrada junto ao órgão da categoria. Em caso de problemas, o condomínio estará isento de responsabilidades.

Lembre-se que mesmo dentro dos apartamentos, muito segue sendo compartilhado, como as colunas, vigas e lajes, elementos estruturais da edificação. Mas também encanamentos, cabos de antena coletiva e até saídas de ventilação. Evite transtornos, pense no longo prazo e confie nos administradores e vizinhos mais experientes.




Rodrigo Azevedo é habilitado pela Assosindicos-SP como Síndico Profissional, exerce a atividade desde 2013. Passou por empresas como Grupo Hitachi e Telefonica / Vivo. Como jornalista focado do setor condominial, ministra cursos e palestras, atendendo clientes em quatro estados. É administrador de empresas, especializado em gestão empresarial.

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