Por Fernando Jorge
Fui aluno, em São Paulo, da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e depois, formado em Biblioteconomia, tornei-me diretor da Divisão Técnica de Biblioteca da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, mas confesso, eu tinha vergonha de dizer que trabalhava nesse poder... Por quê? Devido ao fato de ver a ignorância, a safadeza, a desonestidade de dezenas de deputados. Essa minha revolta me levou a escrever o romance satírico O grande líder, atualmente na sétima edição e no qual o meu personagem Piranha da Fonseca Albuquerque, é um político canalha.
Inspirei-me, para escrever esse livro, na figura de um governador de São Paulo, bastante corrupto. Certa vez, durante um comício numa cidade do interior, ele soltou esta frase:
– Prometo a vocês que vou dar uma ponte, a fim de poderem atravessar o rio!
Um fulano gritou, depois de ouvir a promessa:
– Mas aqui nós não temos rio!
O Promessão respondeu:
– Não tem importância, eu vou também dar o rio para vocês!
Homens públicos de valor, em vez de prometer, preferem realizar. É o que está fazendo o prefeito Ricardo Nunes, na capital paulista. O seu combate ao Covid-19 merece total apoio, a nossa irrestrita solidariedade.
Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Eu amo os dois”, lançado pela Editora Novo Século.
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