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Foto do escritorRedação JBA

Precisamos ser mais tolerantes

Por Pe. Ezequiel Dal Pozzo


Foto: Helena Lopes (Unsplash)

Tolerar é suportar as atitudes e as ideias do outro. Nós somos diferentes uns dos outros. Pensamos diferente, agimos diferente, temos histórias de vida e personalidades diferentes. Cada ser humano é único. Somos únicos também diante de Deus. Por isso, cada um tem sua identidade, seu jeito de pensar, de compreender e de ser, suas crenças, seus posicionamentos políticos, suas ideias a respeito da vida e da sociedade.


Somos essencialmente uma pluralidade. Cada um junto com os demais compõe o todo. Mesmo nas crenças, embora sejamos uma mesma comunidade, somos diferentes dentro dela. Não há como colocar dentro de cabeças diferentes a mesma ideia num sentido pleno. Mesmo quando partilhamos ideias iguais, cada um assimila a ideia do seu jeito. Esse fato faz com que a outra pessoa seja sempre um mistério para mim. Embora eu possa saber muito sobre ela, nunca saberei tudo e completamente. A outra pessoa sempre continuará com uma profundidade maior do que eu posso saber e captar a respeito dela.


É isso que faz com que o princípio do respeito seja fundamental nos relacionamentos. Eu não devo querer fazer com que a outra pessoa pense ou seja igual a mim. Poderá pensar parecido, mas ela sempre será ela mesma no seu mistério único. O mesmo acontece com as atitudes. Podemos inspirar, educar, orientar alguém para que tenha determinadas atitudes, mas ela sempre terá o seu jeito e sua maneira única de fazer aquelas coisas.


Essa reflexão mais filosófica fica um pouco complexa. Dizendo de forma simples o fato é que somos diferentes uns dos outros, no jeito de pensar e de agir. Saber isso não basta. É preciso perceber a profundidade da diferença, para que sejamos mais respeitosos uns com os outros. Quem não acolhe esse dado essencial da diferença, pode ter postura intolerante. E em nossos dias a intolerância está crescente.


Não são poucos os grupos que querem converter o outro para que seja do mesmo partido, da mesma religião, tenha os mesmos pensamentos e as mesmas práticas. Isso gera às vezes violência, tensão e desrespeito. São atitudes que não apresentam uma sociedade que evoluiu para a compreensão daquilo que é essencial, mas fica presa no império do mesmo. Mesmo pensamento, mesmo jeito, mesmas coisas. Alguém que tem as mesmas ideias e práticas que eu, embora seja importante, não vai me acrescentar muito.


Os diferentes pensamentos, ideias, jeitos de ser, podem me acrescentar e dinamizar minha vida em direção ao crescimento. Por isso, as diferenças nos dizem que é possível aprender com tudo e com todos. Se eu assumir a postura do respeito ao invés da intolerância, então eu posso crescer sempre. Mas se quero converter os outros ao meu jeito, então eu já estou pronto, já sei, já conheço tudo, faço o que é certo, creio na minha verdade e os outros é que precisam mudar. Isso me deixa sempre igual, o mesmo.


Convido você a pensar na sua postura e jeito de ser. Você percebe que você tem um pensamento próprio, uma identidade, mas respeita as diferenças ou você pensa que os outros deveriam se converter ao seu jeito e as suas ideias e crenças? O seu pensamento é respeitoso ou no seu jeito de falar esse ser, você manifesta agressividade e intolerância? Pensemos nisso!

Padre Ezequiel Dal Pozzo é graduado em Filosofia e Teologia e mestre em Teologia Sistemática e acredita que a música tem poder de formar o espírito. Por meio de suas músicas e textos, busca ajudar as pessoas a encontrarem o verdadeiro sentido da vida. (contato@padreezequiel.com.br)

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