Por Coronel Camilo
Praticamente todos nós conhecemos um amigo, um parente que está ou já pegou Covid-19. É cada vez mais frequente casos em que alguém estava internado, até melhorando, mas de repente veio a notícia: não resistiu ao vírus e perdeu a vida. Essas duas afirmações passaram a fazer parte do cotidiano da nossa vida e pior, uma realidade cada vez mais próxima de todos, atingindo também pessoas jovens.
O impressionante é que, com essa terrível pandemia, que no Brasil já ceifou mais de 250 mil vidas, contaminou mais de 10 milhões de pessoas, levou quase ao esgotamento o sistema de saúde público e privado, com a quase totalidade dos leitos destinados a tratamento da Covid-19 ocupados, à beira do colapso, ainda tem gente que se arrisca em bares, shows e festas clandestinas sem nenhum cuidado.
Só nesse final de semana foram executadas 78 ações de fiscalização pela Vigilância Sanitária do Estado, com apoio da Polícia Militar. Fechamentos, interdições, multas e condução para delegacias. Contudo, o mais preocupante foi que, em muitas dessas ações, as pessoas agiam como se não houvesse pandemia: não utilizavam máscaras, não faziam o distanciamento correto e indicado, não utilizavam álcool em gel, além dos estabelecimentos estarem funcionando fora do horário permitido, endurecido pelo novo “toque de restrição”.
Essas atitudes só aumentam o trabalho da Polícia Militar, que segue protegendo, salvando, colaborando, como em muitos outros momentos. Além do apoio à Vigilância, nas ações contra a Covid-19, utilizou, nos três dias do último fim de semana, 13 mil homens, fez 4 mil pontos de prevenção e 366 operações. Mas, o que mais impressiona, é que a polícia precisou dispersar 19.285 aglomerações, a maioria pequenas é verdade, mas algumas com centenas de pessoas, com possibilidade de transmissão do vírus.
Há também uma grande preocupação com a prevenção. Viaturas por todo o Estado estão transmitindo mensagens alertando para as medidas básicas de proteção, uso de máscaras, distanciamento social, álcool em gel e lavar bem as mãos. Além disso, faz a escolta, proteção na distribuição das vacinas por todo o Estado e a proteção nos vários pontos de vacinação para que todos tenham tranquilidade e segurança.
A leitura que faço é que falta conscientização das pessoas, falta bom senso daqueles que participam das festas legais ou clandestinas, sem se preocupar com a contaminação, sem se preocupar com a própria saúde e a do próximo. Sei que a situação é difícil, vai passar, mas ainda não é hora de relaxar, a vacinação está apenas começando. É necessária a colaboração de todos e ela começa dentro de casa, orientando nossos filhos, nossos parentes, informando que a questão é grave, basta olhar o que está acontecendo ao redor do mundo.
O momento é de conscientização, bom senso e solidariedade. Precisamos exercitar mais estes conceitos. Se todos colaborarem, venceremos mais esse desafio, com menos contaminados e mais vidas salvas.
Coronel Camilo é secretário-executivo da Polícia Militar. É formado em Administração de empresas pelo Mackenzie, com bacharelado em Direito pela Universidade Cruzeiro do Sul e pós-graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela FIAP e em Gestão de Segurança Pública pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.
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