Por Roberto Maia
Torcedores da Portuguesa soltaram o grito de “campeão” no último domingo (17), no estádio do Canindé. A Lusa está de volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído. Desde que foi rebaixada, em 2015, amargou sete anos consecutivos na Série A2.
Após conquistar o acesso uma semana antes, em jogo contra o Rio Claro, a Portuguesa bateu o São Bento por 2 a 0 e conquistou o título da Série A2 do Campeonato Paulista. Em 2023, voltará a disputar o Paulistão em sua divisão principal.
Difícil imaginar que corinthianos, palmeirenses, são-paulinos e santistas tenham torcido contra essa importante conquista da Lusa. Afinal, o tradicional clube é muito querido pelos torcedores de São Paulo, tal como também acontece com o Juventus.
Sob o comando do técnico Sérgio Soares, a Portuguesa fez uma grande campanha no Campeonato Paulista da A2. Ao longo da competição, o time Rubro-verde liderou as estatísticas, com melhor ataque com 29 gols, defesa menos vasada (apenas oito gols), número de vitórias (13), derrotas (1) e pontos (46). Foi a terceira vez que a Lusa conquistou o troféu da Segundona.
Agora o time voltara a campo apenas no primeiro final de semana de julho, quando inicia a disputa da Copa Paulista, competição que dá uma vaga para a Série D Campeonato Brasileiro.
A sina lusitana teve início no final de 2013, quando foi rebaixada no Brasileirão por ter escalado o meia-atacante Héverton que estava suspenso e não poderia jogar. Essa história que nunca foi muito bem explicada representou um duro baque para a Lusa, que amargou quatro rebaixamentos na sequência: três no Campeonato Brasileiro e um no Paulistão. O clube chegou a ficar sem divisão nacional em algumas temporadas. Para piorar, a situação financeira do clube beirou a insolvência com dívidas milionárias e praticamente nenhuma receita. O título da Copa Paulista de 2020 foi a única conquista nos últimos anos.
O resultado no campo reflete uma gestão equilibrada nos últimos tempos. A dívida foi equacionada e está sendo paga pouco a pouco. Agora, o Conselho Deliberativo irá se reunir em breve para analisar e provavelmente aprovar a criação da SAF (Sociedade Anônima do Futebol).
Quem sabe a tradicional e centenária Portuguesa não retorne no futuro aos seus melhores momento. Afinal, grandes jogadores surgiram ou jogaram na Lusa. Só para citar alguns, lembro de Ivair, Dener, Zé Maria, Zé Roberto, Leandro Amaral, Ricardo Oliveira, Edu Marangon, Félix, Weverton, Dida, Roberto Dinamite, Leivinha, Luís Pereira, Djalma Santos e Julinho Botelho entre tantos outros craques da bola.
Roberto Maia é jornalista, cronista esportivo e editor do portal travelpedia.com.br
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