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Por que tão poucos decidem para muitos?

Por Rodrigo Azevedo


No Brasil se reclama muito da política e dos governantes. Vivemos, e ainda viveremos durante um bom tempo, assistindo a uma fração privilegiada governar a maioria oprimida.


Como sugestão para a reflexão do condômino leitor, listo e comento a seguir três pontos neste processo de afastamento da grande maioria que culmina na concentração da gestão nas mãos de poucos com decisões e impactos nas vidas da maioria. São elas: Indiferença, barreiras de acesso e a continuidade.


Indiferença. Sempre seguida de perto pela obtusidade, é puro condicionamento. Difícil de ser curada. Pessoas que mal se falam ao se cruzarem, e que, desde que funcionem os principais itens do condomínio, como garagem, elevadores, antena, água e eletricidade, não se questionam sobre os processos e manutenções necessários à saúde e continuidade destes serviços. Homens e mulheres que mal usam as dependências do condomínio, muitos deles entrando e saindo somente pela garagem, ou usando quase que exclusivamente a saída de pedestres. Na maioria raramente circulam pelas demais áreas do condomínio. Quem dirá saberem dos problemas e das prioridades do prédio.


Barreiras de acesso: As dificuldades são muitas, complexas e é preciso querer muito para que se possa contorná-las. As informações não estão todas no mesmo lugar e, se procurarmos, facilmente encontraremos divergências nas respostas. Ou seja, mais de uma conclusão para o mesmo assunto. Um exemplo rápido disso é a falta de consenso jurídico sobre questões de inadimplência. É legítimo o protesto dos devedores? Aquele que não paga pode ou não usar elevador e as áreas comuns do condomínio? É legal cortar o fornecimento de água na unidade que não está em dia com suas contas?


Continuidade. Uma vez conscientes de mais uma fração da realidade, os indivíduos deixam de se envolver de forma continuado pois reputam como “muito difícil, ou custosa demais” a interação com os demais. Ler balancetes, entender e comparar orçamentos para obras necessárias e/ou urgentes, discutir saídas para problemas aparentemente insolúveis e terem de dispor de tempo e energia para problemas que não criaram, mas que afetam a um número de pessoas, sejam moradores ou funcionários.


Somos aquilo que fazemos de nós mesmos. O mundo pode tentar, mas em geral, são as nossas decisões, livres e soberanas, que nos permitem melhorar, estagnar ou ainda piorar, retrocedendo em nossas trajetórias.

Envie suas dúvidas e sugestões de assuntos para sindico.gestor@gmail.com.br.


Rodrigo Azevedo é habilitado pela Assosindicos-SP como Síndico Profissional, exerce a atividade desde 2013. Passou por empresas como Grupo Hitachi e Telefonica / Vivo. Como jornalista focado do setor condominial, ministra cursos e palestras, atendendo clientes em quatro estados. É administrador de empresas, especializado em gestão empresarial.

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