Por Coronel Camilo
O contínuo aperfeiçoamento levou São Paulo a ser um case mundial de redução de homicídios. São 22 anos de queda consecutiva no indicador de homicídios. Saímos de uma taxa de 35,3 homicídios por 100 mil abitantes, em 1999, para 6,3 homicídios por 100 mil habitantes, em 2021. Mais de 180 mil vidas foram poupadas com essa redução. Ainda é muito em números absolutos, mas estamos no caminho certo.
Esse resultado é fruto de um grande trabalho da polícia de São Paulo, com investimento do Estado e, principalmente, com muita gestão e muito estudo, por meio das grandes escolas de polícia de São Paulo. Na Polícia Militar, temos a Escola Superior de Soldados, a Escola Superior de Sargentos, a Academia do Barro Branco, o Centro de Altos Estudos em Segurança, a Escola Superior de Bombeiros, e a Escola de Educação Física. Na Polícia Civil, temos a Academia de Polícia, um grande complexo onde acontecem todos os cursos da instituição.
Muito se aprende nas escolas policiais, nos mais diversos temas, os quais incluem direitos humanos, polícia comunitária, gestão pela qualidade, filosofia, sociologia, Método Giraldi de Tiro, primeiros socorros, deontologia policial, cidadania, ações afirmativas, entre outras. Seja na formação, seja no nos cursos de pós-graduação há uma forte preocupação com o ensino técnico e a internalização de valores.
E o estudo não fica nas prateleiras, acumulando pó. Muitas das inovações da polícia de São Paulo foram resultado dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), das Dissertações de Mestrado e das Teses de Doutorado. São trabalhos aproveitados na prática policial. Podemos citar o caso do Resgate do Corpo de Bombeiros, serviço implantado a partir de um estudo acadêmico, complementado com uma visita de estudos.
Os educadores das escolas policiais são, além dos próprios policiais, professores de universidades e expoentes do mundo acadêmico nacional e internacional. Parcerias de estudo também são firmadas com as universidades e faculdades para o aperfeiçoamento dos policiais. Tanto para os professores ministrarem aulas nas escolas, quanto para os alunos frequentarem cursos naquelas instituições de ensino. Podemos citar a parceria com o INSPER e com a Universidade de Salamanca, por exemplo.
Além da intensa formação, muitos policiais são enviados ao exterior para buscar experiências exitosas pelo mundo inteiro. Esse sempre foi um norte da polícia de São Paulo. Conhecer boas experiências, adaptá-las e aplicá-las no estado, agregando valor e melhorando a qualidade de vida dos cidadãos. Um dos maiores exemplos é o sistema KOBAN de policiamento comunitário, fruto de uma pesquisa e parceria com o Japão, de onde trouxemos as Bases Comunitárias de Segurança, utilizadas com muito êxito em São Paulo.
Mais de 300 policiais de São Paulo visitaram outros países em 2019 para buscar experiências na área de inteligência, controle de multidões, esquadrões antibomba, operações de resgate, polícia comunitária, tecnologia de drones, conhecer novos armamentos e equipamentos de polícia. Dentre os países visitados podemos citar Londres, Estados Unidos, França, Espanha, Israel, Coreia do Sul, Japão, China entre outros.
A troca de experiências internacionais continua. Neste ano de 2021, até o momento, 254 profissionais da polícia de São Paulo foram a outros países em busca de conhecimentos. Essa rica troca de experiências agrega valor e permite um serviço de maior qualidade a população de São Paulo.
Coronel Camilo é secretário-executivo da Polícia Militar. É formado em Administração de empresas pelo Mackenzie, com bacharelado em Direito pela Universidade Cruzeiro do Sul e pós-graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela FIAP e em Gestão de Segurança Pública pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.
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