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Pessoas com caras de anjo e almas de demônio

Por Fernando Jorge

Imagem: Fernando Timothy | Unsplash

A Bíblia está certa ao afirmar isto:

“O coração do homem modifica o seu rosto” (Eclo.13-31)

De fato os nossos sentimentos, as nossas reações psicológicas, podem alterar a fisionomia de um ser humano. Eu percebo logo, pela cara das pessoas, se elas estão sentindo raiva, inveja, desprezo, tristeza...

Ninguém tem culpa de ser feio. Aliás, muita gente bonita possui alma feia e muita gente feia é dona de alma bonita. Frequentes vezes os nossos olhos são iludidos. É como admirar uma linda e perfumada flor, ignorando que ela é venenosa.

O revolucionário francês Saint-Just (1767-1794), membro do Comitê de Salvação Pública, era belo com um anjo do Paraíso, mas na época do terror da Revolução Francesa, tornou-se o responsável pela morte de centenas de pessoas na guilhotina e ele próprio foi guilhotinado. Devido ao seu rosto, a sua beleza física, passou a ser chamado de Anjo do Assassinato.

Penso que se os espelhos tivessem almas sensíveis, emotivas, capazes de ver o íntimo de pessoas com rostos de anjo e almas de demônio, esses espelhos, sob o domínio do horror, ficariam rachados.

Um conselho da Bíblia:

“Não avalies um homem pela sua aparência, não desprezes um homem pelo seu aspecto” (Eclo.11-2).

E eu afirmo, a bruxa Falsidade usa, conforme o momento, a situação, milhares de máscaras de vários tipos, feitas no Inferno pelo diabo. Essas máscaras, grudadas no seu rosto, parecem o próprio rosto da bruxa e lhe dão a aparência de mulher bela ou santa. Arrancar a sua máscara é tão difícil como procurar grãos de milho num quintal repleto de galinhas famintas...

Sabem para quem a bruxa Falsidade gosta de dar um tipo especial dessas máscaras? Ela gosta de entregá-las, nas vésperas das eleições, a certos candidatos aos cargos de vereador, deputado, senador, governador, e até de presidente da República.


Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Eu amo os dois”, lançado pela Editora Novo Século.

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