Por Fernando Jorge
Na minha vida de escritor e jornalista, tenho encontrado todos os tipos de pessoas dignas de serem descritas, como Balzac descrevia os seus personagens em dezenas de romances.
Conheci um rapaz que me disse:
– A minha namorada é um espinho e a minha futura sogra é uma rosa. Ela é o espinho da rosa.
Cheio de curiosidade, indaguei:
– Mas por que você acha que a sua namorada é um espinho e a sua futura sogra uma rosa?
– Porque a minha namorada não para de me atormentar com os seus ciúmes e a minha futura sogra não me faz sofrer, é boa, carinhosa, compreensiva.
Aconselhei o namorado:
– Coloque sempre um algodão perfumado em cima do espinho para você não se ferir.
– Não adianta, Fernando, o ciúme da minha namorada é muito forte. Jesus morreu crucificado. Eu tenho medo de morrer espinhado, se me casar com a minha namorada.
Casaram-se. Ele ficou todo espinhado por causa do ciúme dela, e a sua sogra continuou a ser uma rosa. E a esposa do rapaz? Continuou a ser o espinho da rosa...
Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Eu amo os dois”, lançado pela Editora Novo Século.
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