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O forte amor do meu colega pela sua cadela dinamarquesa

Por Fernando Jorge


Foto: lunamarina
Foto: lunamarina

Na época em que eu era estudante na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em São Paulo, fui colega de um rapaz muito vaidoso. Ele dizia:

— Sou muito bonito, as mulheres ficam louquinhas por mim.


Esse rapaz muito vaidoso casou-se com uma jovem bonita, mas discreta, despida de vaidade. Após cinco anos de casamento ganhou uma linda cadela dinamarquesa e passou a dizer:

— Estou apaixonado pela minha cadela dinamarquesa e ela por mim. Quando me vê se atira nos meus braços, ganindo de alegria. A minha mulher não faz isto, vou separar-me dela e me casar com a minha cadela dinamarquesa.


Divorciou-se e ao lado da cadela ficou com aspecto de um lindo cachorro. Isto, do ponto de vista cientifico, se chama mimetismo, que podemos definir assim, de modo simples: um corpo que fica igual ao outro corpo.

Ao falar, ele até parecia latir.


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Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Eu amo os dois”, lançado pela Editora Novo Século.


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