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Foto do escritorRedação JBA

O amor me deixa aberto à novidade do encontro

Por Pe. Ezequiel Dal Pozzo


Foto: Claudio Paselli (Scopio)

O amor é a força mais fantástica da existência humana. É o primeiro argumento da vida, o valor mais universal e a rima mais perfeita com realização humana e felicidade. Não a vida humana sem amor, não há crescimento, não há sentido, não há família, não há cor nem alegria onde falta o amor. Onde ele não existe falta tudo. Ele é a maior e a melhor resposta para as interrogações mais profundas. Sobre ele já foi dito e sempre se diz muita coisa, dos mais diversos pontos de vista. O amor é uma experiência universal e a linguagem que marca a existência de todo ser humano.


O amor precisa ser cuidado. Como precisamos acompanhar o crescimento de um ser humano, que nasce frágil e todo necessitado de cuidados, o amor precisa de cuidado para crescer. Ele está presente em todo ser humano como possibilidade. O cuidado aparece como atitude fundamental para que o amor se torne uma realidade presente e transparente nas pessoas. Onde não existe cuidado, que já é expressão do amor, pode crescer violência, indiferença, fortalecimento da agressividade e força de morte.


Nisso, se compreende, sob um aspecto, o fato de existirem pessoas más, agressivas e violentas. O cuidado no amor possibilita o fortalecimento de pessoas que amam e cuidam. No cuidado o amor cresce, porque ele é uma arte que se aprende. Ninguém nasce sabendo amar. Tudo se aprende na vida. O amor também está no ser humano como possibilidade. Por isso, ele precisa de cuidado, de formação e decisão.


O amor é a necessidade de sair de si mesmo. O ser humano é o ser do encontro. Não é possível alguém encontrar sentido para a vida isolando-se, vivendo somente no seu mundo de trabalho e preocupações. A pessoa que ama, carrega em si uma força interior, que a projeta ao encontro de outras pessoas, de novas realidades e de novos sonhos. Pensemos juntos para ver se encontramos uma realidade mais bonita do que o fato de ter pessoas que nos amam e que podemos amar! O isolamento mata a vida e o sentido. Se somos seres do encontro, cada um poderá olhando ao seu redor, perceber a qualidade dos encontros que vive. Como são os meus encontros com as pessoas que estão mais próximas a mim, na minha família, no meu trabalho, no clube, no futebol, na pizza, nos momentos de gratuidade? Para que haja encontro precisa haver face-a-face, precisa existir palavra, olhar e atenção.


No encontro, quando há saída de mim mesmo em direção ao outro, descubro que a outra pessoa é um mistério infinito, a quem devo respeito e amor. Ora, assim dá para dizer que nem todos os encontros são de verdade encontros verdadeiros. Há pessoas que simplesmente estão junto de outras. O encontro só acontece, quando acontece a saída de mim mesmo em direção ao outro. Na saída existe amor. A outra pessoa passa então a povoar a minha existência, com sua história, com suas experiências, suas alegrias e preocupações.


Pode ser que o outro não se torne, por isso, amigo ou amigo. Não é esse o caso. O fato é que quando eu sou uma pessoa aberta, não isolada, não somente preocupado com minhas coisas e meu mundo, eu passo a enriquecer o outro com a minha vida. E nisso também encontro sentido para viver. A minha felicidade se constrói nessa troca. Por isso, dá para dizer que isolar-se é também fechar-se ao amor.

Padre Ezequiel Dal Pozzo é graduado em Filosofia e Teologia e mestre em Teologia Sistemática e acredita que a música tem poder de formar o espírito. Por meio de suas músicas e textos, busca ajudar as pessoas a encontrarem o verdadeiro sentido da vida. (contato@padreezequiel.com.br)

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