Ninguém até hoje provou que nas cabeças dos animais não existe a inteligência

Por Fernando Jorge

Foto: Elegant01

Juro, é verdade, no decorrer da minha vida encontrei cachorros, gatos e papagaios muito mais inteligentes que várias pessoas. Esses animais me deram a impressão de ter um raciocínio rápido, enquanto diversas pessoas, falando comigo, pareciam ser vítimas de profundo retardamento mental.

Tornei-me amigo de cachorros inteligentíssimos e não de seres humanos burríssimos. Aliás, existem burros que são muito mais inteligentes que os burros humanos. Portanto numerosos burros quadrupedes, isto é, os de quatro patas, mostram-se superiores aos burros bípedes, isto é, os de duas patas...

Vitor Hugo afirmou que o cão é a virtude que não podendo se transformar num ser humano, virou um animal. Mas o grande poeta francês também poderia dizer: o cão é a virtude e a inteligência metamorfoseadas em animal.

Ao contrário de certos seres humanos, os cachorros compreendem, de maneira rápida, as palavras dos seus donos.

Acredito, os animais também pensam, possuem ideias. E as suas maneiras de agir provam isto.

Veja o amigo leitor como o maçarico protege os seus filhotes dos ataques dos predadores. Ele finge estar com uma asa partida e voa para longe do ninho, atraindo o predador. Depois, sempre fingindo, cai um pouco, mas logo levanta voo e regressa ao ninho onde estão os seus filhotes...

Existe um sapo que quando se sente em perigo, prestes a ser atacado por um predador, ele fica logo de barriga para o ar, exibindo nela duas cores fortes, uma cor bem preta e outra bem vermelha. E assim afugenta os predadores.

Os seres humanos acham que os animais não são dotados de inteligência e sim de instintos. Entretanto eu garanto, ninguém até hoje provou que nas cabeças dos animais não existe a inteligência.

Fernando Jorge é jornalista, escritor, dicionarista e enciclopedista brasileiro. Autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962. É autor do livro “Eu amo os dois”, lançado pela Editora Novo Século.