Por Pe. Ezequiel Dal Pozzo
A nossa vida é passageira, não somos eternos nesse mundo. Olhando para o tempo de vida, a sensação que a grande maioria das pessoas têm, é que existe ainda muito tempo para viver; ou seja, as pessoas estão cheias de planos, de desejos, esperanças e ideias. Olhando para trás, o passado é visto como um lapso de tempo, e o futuro é visto como um período amplo diante de nós. Essa é a sensação da grande maioria das pessoas, ou seja: nos parece que temos muito tempo ainda para viver, mas o fato é que nós não sabemos ainda quanto tempo de vida nos resta. Por isso, também, a tendência do ser humano é de não ceder espaço algum em sua consciência acerca da finitude do nosso ser. Nós não pensamos todo dia: “eu sou finito, eu sou mortal, o tempo passa, por isso tenho que olhar bem o tempo e viver bem o tempo”.
O fato é que nós olhamos para aquilo que desejamos, para aquilo que planejamos. O importante aqui é perceber que a vida está orientada, voltada para a morte, por isso que quando nós olhamos para os nossos planos, nossos desejos e ocupações, o tempo é vivido como um bem escasso, ou seja: “tenho muita coisa ainda para fazer, por isso tenho que fazer logo pois o tempo é curto”. Mas se nós olhamos para os ponteiros do relógio, o dia que surge, o sol que nasce e se põe todo dia; então percebemos que nós estamos passando, que o tempo é limitado e que a efemeridade é uma das características centrais da vida, que nós não somos eternos. Olhando para a efemeridade, nós percebemos que o valor da vida emerge exatamente da sua limitação. Quando a gente percebe que a gente morre, então a gente se dá conta que a vida e o tempo têm um valor enorme, porque se fôssemos eternos, não teríamos essa consciência, se vivêssemos para sempre, não teríamos a consciência de que o tempo é valioso.
Na igreja existem rituais e celebrações que lembram: “Tu és pó, e para o pó há de tornar”. Ainda essa outra passagem onde Jesus, diante de quem estava querendo trocar todo celeiro para construir novos e guardar a sua colheita, diz: “Insensato! Nesta mesma noite terás que prestar contas da tua vida, e a quem vai deixar tudo aquilo que acumulaste?”
O Deus de amor, o Deus da luz e da paz, nos abençoe para que nós vivamos bem a nossa vida, aproveitemos bem o tempo, mas também tenhamos a consciência de que a vida passa e que o importante é viver com amor, fazer o bem e mostrar com a nossa vida, que de fato a vida vale a pena.
Padre Ezequiel Dal Pozzo é graduado em Filosofia e Teologia e mestre em Teologia Sistemática e acredita que a música tem poder de formar o espírito. Por meio de suas músicas e textos, busca ajudar as pessoas a encontrarem o verdadeiro sentido da vida. (contato@padreezequiel.com.br)
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