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Museu do Futebol inaugura a exposição Rainhas de Copas sobre futebol feminino

Exposição apresenta imagens, dados e histórias até hoje pouco conhecidas pelo público

Imagem: Acervo Museu do Futebol | Coleção Márcia Honório

O caminho percorrido pelas mulheres até conquistarem o direito de disputar uma Copa do Mundo foi contrário àquele percorrido pelos homens: exatos 61 anos separam a estreia do Mundial masculino, em 1930, da primeira edição oficial feminina, em 1991. Em 2023, quando a Copa do Mundo de futebol de mulheres chega à sua nona edição com a expectativa de ser histórica em termos de audiência e interesse, o Museu do Futebol apresenta a exposição temporária Rainhas de Copas, aberta ao público a partir de 28/4 para celebrar as conquistas da modalidade e de suas profissionais ao longo dos mundiais.


Com curadoria de Aira Bonfim, Juliana Cabral, Lu Castro e Silvana Goellner, a mostra explora histórias até hoje pouco conhecidas pelo público, trazendo imagens que estavam restritas a acervos pessoais e que serão exibidas pela primeira vez, além de dados que revelam a grandeza das mulheres que participaram das Copas do Mundo e suas conquistas individuais e coletivas. "É uma exposição importante por reconstruir, pela primeira vez no Brasil, a história sobre o maior evento da modalidade", afirma Aira Bonfim.


Rainhas de Copas parte de 1988, quando foi realizado o Torneio Experimental na China, o primeiro passo para que a FIFA fosse convencida a organizar o mundial entre seleções de mulheres. A competição, no entanto, não foi televisionada, ocorreu sob muita precariedade para a Seleção Brasileira e é pouco conhecida até hoje. Assim, a exposição será uma oportunidade para o público ver jogadas inéditas, além de imagens de acervos das próprias jogadoras.


Com o sucesso do torneio, a FIFA enfim iniciou o planejamento para a 1ª edição oficial da Copa do Mundo, que aconteceu em 1991, também em solo chinês. A partir daí, a mostra constrói a história do futebol de mulheres ao longo dos mundiais, trazendo relatos de atletas, histórias e curiosidades, ressaltando como foi a participação brasileira em cada edição. O público poderá conhecer as trajetórias das rainhas do futebol feminino do Brasil, que marcaram para sempre a história da modalidade, como Sissi, Marta, Cristiane e Formiga, entre outras.


A exposição também destaca a luta das jogadoras pela igualdade. O visitante descobrirá que, diferente dos mundiais dos homens, a Copa de mulheres sempre foi marcada por reivindicações em campo, já que as condições dadas às jogadoras sempre foram muito inferiores às dos torneios masculinos. Elas também tinham que lidar com muito preconceito: no torneio experimental de 1988, chegou a ser cogitado o uso de uma bola menor. A ideia foi abandonada, mas as partidas tiveram a duração reduzida para 80 minutos.


Apenas em 1995 a FIFA adotou o termo “lineswomen” para se referir às árbitras auxiliares, que até então eram chamadas oficialmente de “linesmen”. E em 2015, no Canadá, o torneio foi inteiro disputado em gramados sintéticos, já rechaçados nos mundiais masculinos por aumentar as chances de lesão. No torneio de 2007, as jogadoras brasileiras foram a campo com uma faixa improvisada em uma fronha de hotel: “Brasil, precisamos de apoio!” era o recado de quem pedia para ser tratada com profissionalismo. Vale lembrar que até 2015 a Seleção Feminina não tinha um uniforme próprio e jogava com modelos adaptados do time masculino.


A última sala da Rainhas de Copas promete grandes emoções para os visitantes, que terão uma experiência interativa e ainda poderão ver de perto a réplica a taça da Copa do Mundo de Futebol Feminino. Ao longo da exposição e, em especial, durante a Copa da Austrália e Nova Zelândia, que acontece entre julho e agosto, o Museu do Futebol realizará programação cultural e educativa associada ao tema.


Exposição temporária Rainhas de Copas

Praça Charles Miller, s/n

De terça a domingo, das 9h às 18h (entrada permitida até as 17h)

Toda primeira terça-feira do mês, até as 21h (entrada até 20h)

R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)

Crianças até 7 anos não pagam

Grátis às terças-feiras

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