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Julho Amarelo alerta para prevenção e cuidados com as hepatites virais

Por Rede D'Or

A hepatite é uma inflamação do fígado, que pode ser causada pelo uso de alguns medicamentos, consumo de álcool ou por doenças de etiologia autoimune, metabólica e genética. Quando causada por vírus, recebe o nome de hepatite viral.


A campanha Julho Amarelo é o período do ano em que as ações contra as hepatites virais ganham maior visibilidade. Criado em 2010 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial de Luta Contra Hepatites Virais é 28 de julho. Contudo, todo o mês visa conscientizar a população sobre as medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento destas doenças.


No Brasil, estima-se que 2,3 milhões de pessoas tenham algum tipo de hepatite. Cerca de 1,5 milhão de brasileiros são portadores do tipo C. Só no município de São Paulo, a estimativa é de que haja 83.087 casos de hepatite C. Nas últimas duas décadas (de 2000 até 2020), foram 32.928 casos da doença descobertos, confirmados e notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).


O alerta de prevenção e diagnóstico vale principalmente para as hepatites B e C, que são doenças silenciosas; ou seja, não apresentam sinais na maioria dos casos. Também podem não curar após a fase aguda, evoluindo para doença crônica.


Na hepatite B, 90% dos infectados se curam de forma espontânea, mas se a infecção ocorre nas crianças menores de um ano e não vacinadas ao nascer, o risco de evoluir para forma crônica chega a até 90%. Na infecção pelo vírus da hepatite C, 70 a 80% das pessoas que contraíram o vírus evoluem para doença crônica, que pode progredir para a cirrose hepática.


Formas de transmissão e prevenção

A forma de transmissão da Hepatite A, tradicionalmente, se dá por meio de água e alimentos contaminados com fezes ou no contato íntimo com pessoas infectadas. O doente já transmite antes de manifestar os sintomas (até 2 semanas antes).


Entretanto, em 2017, foram observados no Brasil e no mundo, surtos entre homens que fazem sexo com homens (sexo oral/anal). É preciso esclarecer que não se trata de Infecção Sexualmente Transmissível (IST) como a Hepatites B, Sífilis e HIV, pois a contaminação não se dá por secreção vaginal ou sémen e, sim, por contaminação oral por fezes no ato sexual.


Já as hepatites B e C são transmitidas pelo sangue, podendo ser por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados, hemodiálise, procedimentos cirúrgicos e odontológicos em que não se aplicam as normas adequadas de esterilização, compartilhamento de material contaminado no uso de drogas, aparelhos de barbear, aplicação de tatuagens e piercings; da mãe portadora do vírus B ou C para o filho, principalmente durante o parto; e através do contato sexual. As vacinas contra as hepatites A e B estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade de São Paulo. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) destaca que todos os recém-nascidos devem receber a primeira dose da vacina contra hepatite B nas primeiras 24h de vida. Ao todo, são três doses para prevenir o tipo B.


Não existe uma vacina para a hepatite C, mas a doença pode ser evitada ao não se compartilhar seringa, agulha e objetos cortantes (lâminas de barbear, alicates para cutícula etc.) com outras pessoas e ao usar preservativo em todas as relações sexuais.


Diagnóstico Os portadores de Hepatites B e C podem ser diagnosticados com a realização de Teste Rápido, onde também pode ser feito o tratamento da doença. Vale pontuar que a hepatite C tem tratamento seguro e leva a cura em mais de 95% das pessoas tratadas adequadamente.

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