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Jogo do Coritiba teve apenas mulheres e crianças no estádio

Por Roberto Maia


No domingo passado o Coritiba estreou no Campeonato Paranaense diante do Aruko Sports Brasil. O Coxa deveria jogar com portões fechados por causa de punição imposta pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) motivada pelos episódios de violência verificados no confronto sobre o Athletico Paranaense em 2022.


Porém, ao invés de apenas acatar a determinação do TJD-PR, a diretoria do Coritiba solicitou ao órgão a conversão da penalidade para que o estádio pudesse receber público exclusivamente feminino e de crianças de até 12 anos, “pagando” a entrada com um quilo de alimento.


O Tribunal Pleno do TJD-PR aceitou a requisição e reverteu a pena e apenas torcedoras e crianças tiveram acesso ao Couto Pereira. O Coritiba que não teria torcida no jogo acabou por ganhar um público diferente do habitual. Assim, quase 9 mil mulheres e crianças assistiram a vitória de 1 a 0 do Coxa sobre o Aruko.


O Athletico Paranaense foi punido com dois jogos com portões fechados e seguiu a iniciativa do arquirrival. O TJD-PR converteu a penalidade e o Furacão irá receber apenas mulheres e crianças na Arena da Baixada, nos jogos contra Maringá e Foz do Iguaçu, nos dias 21 e 25 de janeiro.


A determinação foi tão bem aceita que para o jogo do Furacão com o Maringá, já foram gerados mais de 20 mil ingressos.

Quase 9 mil mulheres e crianças foram ao estádio Couto Pereira para assistir a vitória do Coritiba sobre o Aruko. (Foto: Rafael Ianoski/Coritiba)

A iniciativa inédita no Brasil já aconteceu na Turquia. Em setembro de 2011, mais de 40 mil mulheres e crianças assistiram um jogo do campeonato turco de futebol. Naquela oportunidade, o Fenerbahçe foi punido por causa de distúrbios provocados por seus torcedores.


As autoridades esportivas do país decidiram, de maneira inédita, proibir a presença de homens no estádio na partida entre Fenerbahçe e Manisaspor válida pelo campeonato nacional. Apenas mulheres e crianças com menos de 12 anos puderam entrar no estádio Sukru Saracoglu, em Istambul.


Na decisão, a Federação de Futebol da Turquia (TFF) informou que a penalidade de proibir a presença dos homens no jogo foi para "recordar aos torcedores a beleza e os valores do futebol".


Tomara que no Brasil, após a iniciativa paranaense, os jogos com portões fechados em virtude de punições nunca mais voltem a acontecer. Em São Paulo já há alguns anos os clássicos são disputados com torcida única. Entendo que seria bem melhor lotar os estádios com mulheres e crianças de ambos os times. Tomara os membros do TJS paulista não se inspirem nos colegas paranaenses e revertam essa decisão absurda de ter torcida única nos clássicos.

Crianças de até 12 anos torceram tranquilamente pelo Coritiba em decisão inédita no TJD-PR. (Foto: Rafael Ianoski/Coritiba)

Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Iniciou a carreira como repórter esportivo, mas também dedica-se a editoria de turismo, com passagens por jornais como MetroNews, Folha de São Paulo, O Dia, dentre outros. Atualmente é editor da revista Qual Viagem e portal Travelpedia.


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