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Heróis de 32, lutaram por um ideal

Por Coronel Camilo


Foto: Sergio Souza/Pexels

No último dia 09 de julho, domingo, aconteceram as comemorações da Revolução Constitucionalista de 1932, com a presença de muitas autoridades e o governador do Estado, Tarcisio de Freitas. Foi em frente ao Obelisco do Ibirapuera, símbolo e Mausoléu aos Heróis de 32. Houve a deposição de urnas de heróis, passagem simbólica do Exército Constitucionalista e um belo desfile de crianças, militares das Forças Armadas e das Forças de Segurança de São Paulo.


Muitas vezes, passamos por ruas e avenidas da cidade de São Paulo sem nos darmos conta do significado dos seus nomes. Podemos citar o próprio Obelisco do Ibirapuera, que muitos não associam aos heróis de 1932. Lá estão os restos mortais dos combatentes da Revolução, dentre eles, os jovens Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo (MMDC), mortos em 23 de maio de 1932, por isso temos a Avenida 23 de Maio. Outra avenida, cujo nome se deve aquele fato, é a Avenida 9 de julho, que, igualmente à 23 de Maio, liga o Centro à Zona sul da cidade. Esse nome lembra a data do início da Revolução Constitucionalista.


E por que Revolução Constitucionalista? Porque São Paulo se levantou contra o governo federal por uma nova Constituição, pois o presidente Getúlio Vargas, em 11 de novembro de 1930, assinou o decreto dissolvendo o Congresso Nacional e determinando que o Governo Provisório exerceria também as funções do Poder Legislativo, até a eleição de uma Assembleia Constituinte. Contudo, não demonstrava nenhum interesse pela Constituinte, permanecendo no poder, como um chefe totalitário. Cabe deixar claro que o único objetivo do levante, foi por uma nova Constituição Federal.


O levante foi tão importante que toda a população aderiu. Milhares de voluntários, homens, mulheres e jovens se engajaram na luta pelo ideal da nova Constituição e pela democracia no país. Ajudaram com doações e muito trabalho, em hospitais, preparando comida, doando bens para custear os gastos dos combatentes. Muitos perderam suas vidas para defender a Democracia. Oficialmente, mais de 600 pessoas, muitos jovens. Por isso, do lado externo do Obelisco dos Heróis de 32 traz a seguinte inscrição: "Viveram pouco para morrer bem, morreram jovens para viver sempre."


Precisamos conhecer a história. Primeiro, para entendermos e darmos valor à nossa democracia, sabermos que muitos, em vários momentos da história do nosso país, doaram suas vidas para que hoje pudéssemos viver melhor em sociedade. Segundo, para cultivarmos valores e ideais, principalmente nesse mundo pulsante, de correria, radicalizado, sem tempo e muitas vezes superficial. Cultivar valores éticos, de respeito pela história, pelo bem público, pelas pessoas, pelo próximo, pelo bem comum. Entender que temos conceitos que não devem ser dissociados, como direitos e deveres e liberdade e responsabilidade.


Aprendendo com a história e tendo uma visão de futuro, com objetivos definidos, poderemos viver e aproveitar bem o presente. Isso é fundamental, pois aí está a magia da vida: vivendo bem o presente, estamos escrevendo ao mesmo tempo nosso passado e nosso futuro. Há uma expressão latina que representa muito bem o que acabo de escrever: “carpe diem”. Indico, nessa linha, que assistam o filme “A Sociedade dos Poetas Mortos”.


Todos nós podemos melhorar o mundo, basta começar dentro de casa, à sua volta, colaborando com a sua vizinhança, com o seu bairro, com a sua cidade. Há uma máxima que diz que se quisermos mudar o mundo, comece por mudar o seu mundo. Todos nós podemos, basta sonhar, acreditar e agir.



Coronel Camilo é formado em Administração de Empresas pelo Mackenzie, com bacharelado em Direito pela Universidade Cruzeiro do Sul e pós-graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela FIAP e em Gestão de Segurança Pública pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.

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