Por Coronel Camilo

Boas ações devem ser feitas todos os dias, isso todos nós sabemos. Contudo, no último dia 13 de novembro, comemoramos o Dia Mundial da Gentileza. Mais que um dia apenas é, o momento para exercitarmos a gentileza e a melhoria das relações entre as pessoas. E não pense que é só com vizinhos, colegas de trabalho. Nada disso! A gentileza começa dentro das nossas próprias casas, com nossos entes queridos: mulher, marido, pais, mães, avós, filhos. Pequenas atitudes podem fazer a diferença e tornar o ambiente muito melhor para a convivência e, mais que isso, de mais respeito.
Assistimos a um crescente radicalismo, muito além do que poderíamos imaginar. Pessoas se agredindo e até se matando apenas por divergências de pensamento e a principal delas por questões políticas. É como se o ser humano tivesse perdido totalmente a sensatez, o poder de argumentar e, principalmente, de ouvir e aceitar posições contrárias, respeitando a opinião de outras pessoas. Pessoas que não comungam da mesma forma de pensar são tidas como inimigas. A que ponto chegamos!
É como se o radicalismo e a agressividade existente em muitas redes sociais saíssem do mundo virtual para o mundo real. Os alunos estão mais agressivos - segundo pesquisa do Instituto Ayrton Senna, 67% dos estudantes se declararam nada ou pouco capazes de exercitar a competência Tolerância à Frustração (2022) -, pessoas mais intolerantes no trânsito, aumento dos crimes de desinteligência, mais feminicídios. Tudo isso é o reflexo da falta de resiliência do mundo atual.
Precisamos ter mais paciência, mais empatia, ser gentil, como diz a escritora e psicóloga Rosana Braga, em seu livro “O poder da gentileza”: “gentileza gera gentileza”, precisamos praticar a gentileza. Desta forma, criamos um ambiente melhor. Precisamos buscar mais qualidade de vida e colocar em prática boas ações pelo próximo. É o que se espera de uma sociedade civil organizada. Para não perdermos o hábito, são necessárias medidas que podem ser passadas de pai para filho, de irmão mais velho para irmão mais novo. A educação faz parte deste universo.
No transporte coletivo, flagramos jovens e adolescentes ocupando assentos em ônibus ou trens destinados às mulheres grávidas, aos deficientes, aos idosos ou pessoas com crianças no colo. Mesmo com o idoso de pé, o cidadão sequer tem a iniciativa de levantar, esquecendo-se que, futuramente, ele também vai necessitar de cuidados e precisará de uma vaga especial.
Nas filas, seja nos bancos ou nos supermercados, a situação se repete. Costumeiramente tem alguém querendo levar vantagem e passar na frente. Não é fácil lidar com a falta de gentileza nos dias atuais. Precisamos trazer a cidadania para dentro de casa, para a escola, para o trabalho, para a convivência social. O exercício da gentileza, sem sombra de dúvida, reduziria esse clima beligerante dos dias atuais.
Precisamos saber ouvir, respeitar a opinião das outras pessoas, saber argumentar e defender nosso ponto de vista com inteligência. Assim, todos crescemos como pessoas, como comunidade e teremos um mundo melhor. É uma questão de atitude!

Coronel Camilo é formado em Administração de Empresas pelo Mackenzie, com bacharelado em Direito pela Universidade Cruzeiro do Sul e pós-graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela FIAP e em Gestão de Segurança Pública pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.
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