Fim do sonho para os times brasileiros no Mundial de Clubes. Equipes poderosas da Europa seguem dominantes
- Roberto Maia

- 10 de jul.
- 3 min de leitura
Por Roberto Maia
A jornada brasileira no Mundial de Clubes da FIFA de 2025, em solo norte-americano, chegou ao fim. A última esperança, depositada no Fluminense, foi desfeita na terça-feira, 8 de julho, com a derrota por 2 a 0 para o Chelsea. O resultado finaliza a participação dos quatro representantes do país — Botafogo, Flamengo, Palmeiras e Fluminense — e deixa um amargo balanço de uma campanha que começou com grandes expectativas e terminou sem um único finalista brasileiro.

O Botafogo abriu a participação brasileira com uma performance digna de reconhecimento. O Alvinegro mostrou competitividade em um grupo desafiador, conseguindo superar adversários respeitáveis na fase inicial. Entretanto, o sonho do clube carioca foi interrompido por um confronto fratricida nas oitavas de final, quando foi eliminado pelo Palmeiras em uma derrota por 1 a 0, demonstrando como os duelos entre brasileiros podem ser cruciais na definição dos rumos da competição.
O Flamengo representou uma das maiores decepções da campanha brasileira. Após uma fase de grupos convincente, que incluiu vitórias importantes e demonstrou o potencial do elenco, o time caiu de forma contundente para o Bayern de Munique nas oitavas de final. A eliminação precoce do clube com maior investimento no futebol brasileiro levantou questionamentos sobre a capacidade técnica e tática de se impor nos momentos decisivos contra a elite europeia.
O Palmeiras seguiu uma trajetória similar, mostrando força ao superar o Botafogo nas oitavas, mas encontrando seu limite nas quartas de final. O Chelsea superou o Palmeiras no duelo de quartas de final por 2 a 1, no estádio Lincoln Financial Field, na Filadélfia. Esta eliminação representou uma reedição dolorosa da final de 2021, quando o time de Abel Ferreira já havia perdido para os ingleses, evidenciando a consistência e superioridade técnica dos clubes europeus de primeira linha.
Restou ao Fluminense carregar as expectativas de todo o país. O time tricolor conseguiu eliminar adversários de peso, incluindo a Inter de Milão e o Al-Hilal, chegando à semifinal como último representante brasileiro na competição. O time de Renato Portaluppi carregou a esperança do país com uma campanha de garra, mas o sonho de alcançar a decisão parou no Chelsea. Em um jogo tenso no MetLife Stadium, o clube inglês foi superior e venceu por 2 a 0, selando o destino do último representante brasileiro.
A campanha dos clubes brasileiros no Mundial de Clubes 2025 revelou aspectos contraditórios do futebol nacional. Por um lado, a presença de quatro representantes demonstra a força continental do Brasil, consolidada pelas conquistas recentes na Copa Libertadores. Por outro, as eliminações sucessivas, especialmente os duelos fratricidas e as derrotas para equipes europeias, expõem um degrau de diferença para a elite mundial.

O torneio evidenciou que, apesar do domínio sul-americano, existe ainda um gap significativo entre o futebol brasileiro e europeu em termos de organização tática, investimento estrutural e profundidade de elenco. As eliminações precoces do Flamengo e do Palmeiras, duas das principais potências do continente, ilustram essa realidade de forma contundente. A eliminação de todos os quatro times antes da grande final acende um sinal de alerta sobre a atual situação do futebol brasileiro no cenário mundial.
A participação brasileira no Mundial de Clubes 2025 oferece lições valiosas. A competição tem servido como um termômetro preciso da atual situação do futebol nacional no cenário mundial, mostrando que, embora o país mantenha sua relevância, ainda há um caminho considerável a percorrer para retomar o protagonismo nas competições globais.
Portanto, é preciso parar e refletir sobre os rumos necessários para o futebol brasileiro voltar a brigar de igual para igual com a elite europeia.

Roberto Maia é jornalista e cronista esportivo. Escritor e editor do portal travelpedia.com.br






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