Por Coronel Camilo
Mais um período eleitoral se aproxima. Época em que teremos a oportunidade de participar, de escolher as melhores pessoas para nos representar, no caso dos deputados estaduais, federais e senadores, e para nos dirigir, no caso dos governadores e presidente. É nesse momento que precisamos conhecer os cenários, os candidatos, suas ideias, suas propostas. É nesse momento que precisamos das melhores informações para decidir e é justamente nesse momento que as notícias falsas, as fake news, podem ser muito danosas à sociedade. Por isso voltamos a esse tema.
Fake news, ou notícias falsas, não são uma novidade, existem há muito tempo. A mais famosa é de 1938, onde um locutor da rádio CBS – Columbia Broadcasting System, interrompeu sua programação musical para noticiar uma suposta invasão de marcianos aos Estados Unidos, gerando pânico em milhões de pessoas (Jens Teschke, 2020). Contudo ganharam um novo e perigoso contorno atualmente pela potencialização propiciada pelo advento das redes sociais. Num mundo mais rápido, imediato, por vezes instantâneo, onde não se quer perder tempo e se tem o afã de dar a notícia em primeira mão, muitas pessoas se pautam pela “manchete” e não pelo “conteúdo” e, inocentemente, acabam sendo um propagador de notícias falsas, levando a grandes erros, destruição de reputações e, infelizmente, em problemas mais sérios que colocam em risco a vida das pessoas.
O caso mais grave foi o da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, que morreu após ter sido espancada por dezenas de moradores de Guarujá, no litoral de São Paulo, em 2014. Tudo por causa de informações publicadas em uma rede social, com um retrato falado de uma possível sequestradora de crianças para rituais de magia negra. A dona de casa foi confundida com a criminosa e acabou linchada por moradores (Mundo Educação, 2020). Da mesma forma, e tão grave quanto, informações falsas sobre ações, omissões ou acontecimentos podem nos levar a decidir errado nas eleições, por isso devemos estar atentos.
A melhor maneira de combater fake news é não compartilhar aquilo que não se tem certeza da fonte. É bom lembrar que as coisas ruins, pitorescas, são aquelas que mais chamam a atenção. Desconfie quando uma postagem chama muito a atenção, cheque a fonte e a veracidade da informação antes de compartilhar. As notícias falsas são 70% mais compartilhadas do que as verdadeiras (Revista Galileu, 2018). Há também vários sites que podem nos ajudar a identificar fake news. Os principais são: Agência Lupa, Aos Fatos, Truco, UOL Confere, Boatos.org, E-farsas, Fato ou fake. Sobre coronavírus, a melhor forma é visitar os sites oficiais das áreas de Saúde, pois lá encontramos informações confiáveis e seguras sobre o tema e, em quase todos, existem as “Perguntas Frequentes”, que explicam as principais dúvidas a respeito. Fake news é um problema e devemos tomar cuidado, pois podem nos fazer tomar decisões equivocadas, mas há duas perguntas básicas que devemos fazer sempre antes de compartilhar qualquer informação: essa informação agrega valor às pessoas? Esse compartilhamento não vai expor ou prejudicar alguém?
Se a resposta for “não” à primeira ou “sim” à segunda, apague e não compartilhe, ajude a fazer um mundo melhor.
Coronel Camilo é secretário-executivo da Polícia Militar. É formado em Administração de empresas pelo Mackenzie, com bacharelado em Direito pela Universidade Cruzeiro do Sul e pós-graduado em Gestão de Tecnologia da Informação pela FIAP e em Gestão de Segurança Pública pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.
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