Fake News: o estrago que uma notícia falsa causa na vida das pessoas
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Fake News: o estrago que uma notícia falsa causa na vida das pessoas

Por Mario Covas Neto


Um dos assuntos mais comentados nos últimos meses tem sido a propagação de notícias falsas como sendo verdadeiras, as chamadas Fake News. O termo ganhou força mundial durante a corrida presencial dos Estados Unidos, em 2016, quando os eleitores de Donald Trump compartilhavam de forma intensa conteúdos mentirosos sobre a candidata Hillary Clinton.


No Brasil, essa prática foi intensificada nas eleições de 2018. Os apoiadores do então candidato Jair Bolsonaro passaram meses e meses difundindo mentiras contra os adversários. Prática que até hoje, dois anos depois, continua a mil. Agora, sob o comando do tão conhecido gabinete do ódio, numa salinha no Palácio do Planalto, a artilharia é liderada por Carlos Bolsonaro, filho do presidente.


Somado a isso, há dois inquéritos em andamento comandados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e por senadores e deputados em uma Comissão Parlamentar Mista (CPMI). Também está em curso um projeto de lei (PL 2630/2020), aprovado no Senado e que está em debate na Câmara Federal. O texto visa combater as Fake News, mas há questões preocupantes a serem observadas, como um possível cerceamento da privacidade e a liberdade de expressão dos usuários da internet.


Apesar de o termo ser relativamente novo, a propagação de notícias falsas sempre existiu. Meu pai quando foi governador, há mais de 20 anos, foi vítima dessa boataria quando a rodovia dos Bandeirantes foi construída. Um prefeito da região fez uma campanha contra a obra alegando que o acesso dos moradores seria cerceado por conta da instalação de um pedágio. Ele mobilizou as pessoas alegando que eu, filho do governador, seria o dono do pedágio. Mentira que até hoje, volta e meia, me persegue.


Aliás, sempre fui o alvo preferencial da central de mentiras para atingir o meu pai. Lembro-me que um jornalista publicou em sua coluna nacional que eu havia sido preso em Las Vegas com uma dívida de cem mil dólares. E mais: quem me socorreu e pagou o débito teria sido um empreiteiro em São Paulo. Detalhe: na época, eu nunca havia pisado em Las Vegas, mas o estrago já estava feito.


Trazendo o tema Fake News para o cotidiano da Câmara Municipal, tivemos nos últimos dias uma propagação lamentável de mentiras e mais mentiras. A oposição ao prefeito Bruno Covas se utilizou de um projeto, que previa apenas estabelecer normas e regras para quando as aulas presenciais voltassem, sem nenhuma – nenhuma - data definida, e fez disso um carnaval.


Choveram críticas e xingamentos nas minhas redes e nas de muitos colegas como se fossemos insensíveis ao tema e que estaríamos colocando em risco a vida dos professores e dos alunos. Veja o nível de absurdo! A real discussão foi deixada de lado e uma cortina de fumaça ganhou proporções lamentáveis.


Os maldosos que orquestraram essa divulgação e os muitos que a propagaram, dentre eles, pessoas de boa-fé e que estavam preocupados com os seus filhos, bastaria apenas uma coisa: ler o projeto. Isso mesmo. Ler!  Ali não consta nenhuma data de retorno. O texto apenas era uma forma de planejar ações pedagógicas e medidas assistenciais de saúde aos alunos e profissionais da educação.

Por conta das mentiras, o próprio prefeito e o secretário de Educação se viram obrigados a repetir exaustivamente que não há data definida para que as aulas presenciais retornem e que a decisão será decidida pela área da Saúde.


Agora, façamos uma reflexão. Suponhamos que pandemia termine amanhã e a gestão municipal não tenha nenhum planejamento para o retorno imediato das aulas, tenho a plena convicção de que o prefeito seria acusado de prevaricação, bem como a Câmara Municipal, por ter tido tempo para agir e não o fez.


As eleições acontecerão em breve. Esse foi o primeiro de muitos ataques que, lamentavelmente, irão acontecer daqui para frente com o propósito eleitoreiro de confundir as pessoas, de ganhar a eleição no grito.


Por isso, cada um de nós pode fazer a sua parte. Ao ter acesso a qualquer informação, se certifique que a notícia é verdadeira. Consulte portais confiáveis. Não tem certeza? Não passe para frente. Não compartilhe. Ajude a diminuir o estrago que uma notícia falsa causa na vida de alguém.


Mario Covas Neto é filho do ex-governador Mario Covas e de Florinda Gomes Covas, a dona Lila. Advogado, foi reeleito vereador nas eleições de 2016 com 75.583 votos, quinta maior marca entre os concorrentes. Foi candidato ao Senado em 2018 e obteve mais de 2 milhões de votos. É presidente estadual do Podemos.

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